Não foi um ato partidário ou de oposição como alguns deputados da base aliada do GDF tentaram justificar para fugir de suas responsabilidades que deveriam ter com a população e para desqualificar a Audiência Pública, ocorrida ontem à noite, no plenário da Câmara Legislativa do DF, que contou com a presença de mais de 300 moradores de condomínios e minichácaras, mobilizados por síndicos e dirigentes de entidades representativas.
Não foi um ato partidário e de oposição como alguns deputados da base aliada do GDF tentaram justificar para fugir de suas responsabilidades que deveriam ter com a população, bem como para desqualificar a Audiência Pública, ocorrida ontem à noite, no plenário da Câmara Legislativa do DF, que contou com a presença de mais de 300 moradores de condomínios e minichácaras, mobilizados por síndicos e dirigentes de entidades representativas.
O clima durante a audiência foi de tenso debates extravasados pelo sentimento de indignação dos moradores de condomínios contra a postura do GDF que descumpre determinações judiciais, e por empreender operações de derrubadas contra muros, guaritas e casas dos parcelamentos fechados do Distrito Federal.
A audiência pública foi de iniciativa da deputada Eliana Pedrosa (PPS), cujo relatório dos debates será repassado à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa como forma de cobrar do governador Agnelo Queiroz o fim das operações de derrubadas de muros,casas e guaritas dos condomínios, que vem sendo praticadas pela Agefis e Seops, bem como incluir ao Grupo de Trabalho, instalado pelo governo, as lideranças comunitárias que representam os moradores.
A mesa foi presidida pela deputada Eliana Pedrosa e composta pelos debatedores Wander Azevedo, ex-administrador do Lago Sul, pelo advogado Mario Gilberto, Viviane Fidelis, presidente da Associação dos Condomínios do Jardim Botânico (AJAB) e Dra. Julia Solange, advogada do Mini-chacaras. Apenas um representante ligado a Secretaria de Urbanismo compareceu a audiência pública. Uma vergonha.
Em 2010, quando o então candidato a governador, Agnelo Queiroz, passeava com desenvoltura no meio dos moradores dos condomínios horizontais, despejando o seu rosário de promessas, não imaginavam que, quatro anos depois, pudessem tomar um refresco na memoria com a ajuda de um vídeo exibido e projetado nos telões do plenário da Câmara Legislativa.
Tudo o que foi dito e prometido à época pelo hoje governador do DF, não foi cumprido. Ao invés da regularização e da defesa à moradia, veio à destruição de sonhos e de lares construídos a duras penas por pessoas que compraram seus lotes de boa-fé, além da humilhação e do sadismo praticadas por agentes públicos contra as suas famílias.
Moradores dos condomínios Estância Quinta Alvorada, Privê Morada Sul Etapa/C e do Minichácaras, não conteram as emoções, os choros e o sentimento de revolta que tomaram parte de suas falas entrecortadas, durante as suas manifestações ao microfone da tribuna da Câmara.
Todos esses condomínios devidamente em processo de regularização dentro dos órgãos do GDF tiveram suas cercas, casas e guaritas derrubadas pela Agefis ao atender uma simples recomendação sem embasamento legal do Ministério Público do Distrito Federal. “Nem o governo e nem o Ministério Publico podem se julgar a cima da lei. O GDF descumpre decisões judiciais contrárias as derrubas de condomínios em processo de legalização e o seu governante faz o papel de O Estado Sou EU”, reagiu o advogado Mário Gilberto.
Wander Azevedo observou com muita preocupação o fato de não ter sido incluído a participação de representantes de moradores dos condomínios dentro do Grupo de Trabalho, constituído entre os vários órgãos do GDF, com o objetivo de dar celeridade ao processo de regularização do parcelamento.
“Tem que haver o contraditório dentro do GT, uma contribuição que somente quem mora em condomínios e que passar por todos esses problemas que os impedem de ter a sua moradia respeitada, pode fazer”, disse.
No inicio do mês, Wander Azevedo, ainda como administrador do Lago Sul, foi quem serviu de interlocutor entre as entidades representativas dos moradores do Jardim Botânico com a Casa Civil do GDF. A instalação de um grupo de trabalho com a participação de diversos órgãos deveria também contar com a participação da sociedade civil. No entanto, essa reivindicação foi excluída.