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O ASSUNTO É

Derrota de Kokay: PT perde na justiça ao tentar anular negociação do BRB

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A tentativa do Partido dos Trabalhadores (PT), encabeçada pela deputada federal Érika Kokay (PT-DF), de barrar a aquisição de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), revela um padrão com motivações políticas.

A ação popular movida pelo Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, a pedido de Kokay, buscava anular a intenção de compra, mas foi negada nesta quarta-feira pelo juiz Júlio Roberto dos Reis, da 25ª Vara Cível de Brasília.

A aquisição de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master pelo BRB está sob análise do Banco Central, órgão responsável por avaliar a conformidade e a viabilidade de operações financeiras dessa natureza.

Contudo, a deputada Érika Kokay, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do DF, articulou uma ação popular, assinada pelo sindicato, para suspender o processo.

A alegação era a de supostas irregularidades na transação, incluindo possíveis prejuízos ao erário e falta de transparência.

O juiz Júlio Roberto dos Reis, ao analisar o pedido, destacou que ele não estava respaldado por “prova robusta e idônea”.

Na decisão, o magistrado enfatizou ainda que a suspensão de uma operação em fase de análise regulatória exige evidências concretas de ilegalidade ou dano iminente, o que não foi demonstrado pelo sindicato e pelo PT.

A negativa da justiça representa uma derrota para o PT do DF.

A investida de Kokay não é um caso isolado. A deputada tem histórico de utilizar sua influência no movimento sindical para questionar operações financeiras do BRB, muitas vezes com acusações que, embora chamativas, carecem de fundamentação sólida.

O BRB, como banco público do Distrito Federal, é uma instituição estratégica do ponto de vista econômico.

A tentativa de anular a compra do Banco Master pode ser vista como uma manobra para desgastar a imagem do banco fundamental para o seu crescimento.

Para compreender a ironia das investidas de Kokay contra o BRB, é fundamental revisitar o período em que o banco esteve sob influência direta do PT e do PSB, durante os governos de Agnelo Queiroz (PT), 2011/2014 e de Rollemberg(PSB), 2014/2018.

O banco foi usado como ferramenta em esquemas de corrupção, especialmente no superfaturamento de obras públicas, como o Estádio Mané Garrincha, cujo custo saltou de R$ 600 milhões para R$ 1,7 bilhão.

Investigações da Operação Lava Jato e outras apurações revelaram que construtoras, como a OAS pagavam propinas a agentes públicos, incluindo aliados de Agnelo e de Erika Kokay, para garantir contratos.

O ex-governador foi preso em 2016, acusado de envolvimento em desvios, como os R$ 15 milhões em caixa dois, negociados com a Odebrecht para o Centro Administrativo de Brasília, segundo delações.

Neste período, o BRB foi enterrado na lama de escândalos e roubalheiras que envolveram figuras ligadas aos dois partidos, incluindo aliados próximos de Érika Kokay.

O banco, que deveria atuar como instrumento de desenvolvimento econômico do DF, foi utilizado como ferramenta política, abrigando esquemas de desvio de recursos e favorecimento de ilícitos.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investigou diversas irregularidades, e o BRB tornou-se símbolo de má gestão e corrupção no período petista.

Érika Kokay nunca se pronunciou contundentemente contra esses escândalos, levantando questionamentos sobre sua coerência ao atacar operações do BRB na atualidade.

A própria Kokay enfrentou acusações relacionadas ao Sindicato dos Bancários do DF, do qual foi presidente.

Em 2016, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou a petista por peculato e lavagem de dinheiro, alegando que ela desviou recursos do sindicato em 2003, quando já era deputada distrital. Na época, Kokay negou as acusações.

O que antes era um “caixa de corrupção e bandalheiras”, hoje o BRB encontra-se entre os melhores bancos do país.

Desde 2019, o BRB expandiu sua atuação além do Distrito Federal, com agências em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Alagoas, Paraíba e Tocantins.

A parceria com o Flamengo criou o Nação BRB FLA, um banco digital que alcança 90% do Brasil, com 7 milhões de clientes em 2023, e presença em 39 países.

O BRB opera 203 pontos de atendimento, incluindo 116 agências e 797 caixas eletrônicos, consolidando-se como um banco múltiplo com carteiras comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.

Compromisso com o DF

O BRB é o principal agente de fomento do DF, operacionalizando 15 programas sociais do GDF em 2023, beneficiando 340 mil famílias com R$ 1,6 bilhão em benefícios.

Projetos como o “CSA–Comunidade que Sustenta a Agricultura” apoiam produtores locais, enquanto o Na Hora atende 7.500 cidadãos por dia.

O banco também modernizou o Sistema de Bilhetagem Automática, introduzindo Pix e cartões com aproximação nos ônibus do DF, promovendo inclusão e desenvolvimento.

Lucro, carteiras e solidez

Em 2023, o BRB alcançou lucro líquido recorrente de R$ 200 milhões, um aumento de 24,4% em relação a 2022, com receitas de R$ 6,9 bilhões (+28,6%) de crédito e tesouraria.

A carteira de crédito cresceu 47,4% durante a pandemia, e os negócios de seguridade atingiram R$ 1 bilhão em prêmios (+34%).

Com uma estratégia de diversificação, parcerias como Wiz e Mapfre, e índice de Basileia sólido, o BRB é reconhecido como um banco forte, moderno e rentável.

A aquisição do Banco Master pelo BRB é uma operação estratégica para o banco público do DF.

O Banco Master, com atuação em crédito consignado, cartões e investimentos, complementaria o portfólio do BRB, fortalecendo sua posição no mercado financeiro.

A transação, que envolve R$ 1,2 bilhão, foi aprovada pelos conselhos de administração de ambas as instituições, mas depende da chancela do Banco Central, que avalia aspectos como solidez financeira, governança e impactos concorrenciais.

Não há dúvidas de que o Banco Central irá autorizar.

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

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