Em situação bastante confortável, apontada por todas as pesquisas realizadas, até agora, o governador Ibaneis Rocha (MDB), já é o maior líder político com poder de influência para ajudar a eleger deputados distritais, federais, o seu candidato a senador, além de se reeleger em 2022.
No mesmo contexto se inclui o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que apesar da crise econômica e social, provocada pela pandemia do novo coronavírus, contínua nadando de braçada no mar político nacional, em especial no DF.
Levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisa, no final de março, mostra que o presidente continua liderando, com folga, as intenções de voto nas eleições presidenciais de 2022 nos cinco cenários possíveis de candidaturas pelos diversos partidos políticos.
No DF, no que diz respeito a Ibaneis Rocha, a zona de conforto é a mesma.
A movimentação política no Distrito Federal, gradualmente vai tomando forma de um mapa composto por aqueles que, declaradamente, se colocam na disputa eleitoral do próximo ano.
Todos estão de olho nas oito vagas da Câmara Federal; nas 24 vagas da Câmara Legislativa, além da única vaga a ser disputada no Senado e claro, na cadeira do Palácio do Buriti que dificilmente deixará de ser ocupada pelo atual governador que é candidato a reeleição.
Para a Câmara dos Deputados, disputarão mais de 100 candidatos. Entre todo esse batalhão, apenas 20 deles tem envergadura eleitoral para se engalfinharem pelas oito cadeiras pertencentes ao DF.
Isso porque na próxima eleição não haverá mais coligação. Os partidos terão que lançar seus candidatos sozinhos.
Cada partido terá direito de lançar apenas 16 candidatos no caso do DF, sendo 11 homens e cinco mulheres.
As dificuldades serão imensas, principalmente para o partido que já possui deputado federal.
O Partido Republicanos (pegando como exemplo) do deputado evangélico Júlio César, dificilmente convencerá alguém que possa estar disposto a disputar a vaga ocupada pelo deputado federal, eleito em 2018 com 79.775. Só se for um mais forte do que ele.
A maioria dos partidos, segundo alguns analistas ouvidos pelo RadarDF, participará das próximas eleições apenas para cumprir a regra eleitoral e ajudar reeleger quem já tem mandato. Será um festival de buchas.
As vagas serão preenchidas pelas sobras. Estima-se que na próxima eleição um partido terá que ter entre 130 mil a 140 mil votos para eleger um deputado federal.
Ainda sobre o jogo político para a Câmara Federal, dos oito atuais ocupantes, na visão dos entendidos do jogo, dois deverão ter muita dificuldade para se reelegerem e dois devem buscar outros projetos políticos como é o caso da deputada e ministra Flávia Arruda(PL) e da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania).
Especula-se que no caso de Flávia Arruda, esposa do ex-governador José Roberto Arruda, ela deve disputar a única vaga para o Senado com o apoio de Ibaneis Rocha (MDB) e do próprio presidente da República.
Bolsonaro pretende trabalhar nas próximas eleições pelo aumento da sua base de apoio no Congresso.
O senador José Antonio Reguffe (Podemos), ainda não disse se é candidato a reeleição, na provável chapa majoritária a ser montada pelo senador Izalci (PSDB), ou se vai encarar o Buriti, o que é pouco provável.
Para o projeto sonhado por Reguffe, ele conta apenas com o apoio do invisível ex-senador Cristovam Buarque.
A deputada federal Paula Belmonte, que chegou a sonhar com o apoio de Bolsonaro para o Senado, teria desistido com a entrada da sua arqui-inimiga política e ministra Flávia Arruda.
Agora, Belmonte foca no Buriti. Um projeto sem consistência e sem musculatura que pode naufragar antes do tempo.
Ela não tem um partido, até agora, que possa chamar de seu. Mesmo conseguindo um, pode encontrar dificuldade para construir uma coligação.
Izalci Lucas (PSDB), que é candidato a governador declarado, tem se aproximado na velocidade da luz do ex-governador Rodrigo Rollemberg, dono absoluto do PSB.
Izalci foi um dos mais implacáveis opositores que ajudou a derrotar o projeto de reeleição do ex-governador em 2018.
Como na política tudo muda como nuvens e adversários de antes podem comer no mesmo prato e beber na mesma cuia, há quem diga que isso não é problema.
O retorno de Rollemberg à Câmara Federal, por onde já passou, é uma ameaça à reeleição do deputado Professor Israel (PV).
O professor se elegeu em 2018, graças a coligação PSB/PV/PCdoB/PDT/REDE montada pelo então govrnador socialista.
Desta vez Israel pode encontrar dificuldades, embora tenha sido o quinto mais votado na última eleição com 67.598. Ele precisará do dobro para continuar deputado por um partido cada vez mais minguante.
O ex-candidato a governador nas eleições de 2018, Alberto Fraga, também dono absoluto do DEM-DF, pretende voltar para a Câmara Federal em 2022.
Quem está lá pelo DEM é o deputado Luís Miranda que pode sobreviver nesta guerra se mudar de partido na próxima janela partidária.
Mas isso não é nada oficial. Pelo menos Miranda nunca se manifestou sobre o assunto.
Entre os 20 mais fortes candidatáveis à Câmara Federal, entre os que estão com mandatos e os que vão entrar na briga pelas oito cadeiras, estão o deputado distrital Rafael Prudente (MDB) atual presidente da Câmara Legislativa e professor Paulo Fernando Melo que vai para a disputa pelo PTB.
De ideias conservadoras, Paulo Fernando teve um baita crescimento eleitoral nas últimas três eleições que disputou como deputado federal. Isso é fato.
Em 2010 foi candidato a deputado federal obtendo 13.750 votos dos eleitores do DF. Em 2014 dobrou a votação para 27.444 votos.
Em 2018, pelo Patriota, Paulo Fernando sacou das urnas 31.183 votos ficando na 11ª colocação, entre os mais votados para deputado federal.
Na briga pela Câmara pode ainda surgirem dois ex-candidatos ao Buriti e alguns outros que participaram da cena política nas últimas eleições: Rogério Rosso e Eliana Pedrosa, Alírio Neto, Joaquin Roriz Neto, Tadeu Filippeli, Ronaldo Fonseca,Paulo Roque,Professor Pacco… etc, etc e tal.