Menino Luís Guilherme, de 6 anos, que foi alvejado por um policial civil de Brasília em janeiro, deixou a UTI na última sexta-feira (10) depois de passar por uma cirurgia para retirar uma bala alojada por um pulmão. Ainda assim, ele permanece internado no hospital sem previsão de alta.
le tinha passado pela cirurgia quatro dias antes de ser liberado da UTI. A bala estava alojada em uma pequena cavidade no pulmão, próximo ao coração. Por causa do alto risco da cirurgia, os médicos chegaram a dar alta para Luís Guilherme no fim de janeiro, após 23 dias de internação. No dia seguinte, o garoto precisou voltar ao hospital.
“A felicidade não durou nem 24 horas”, disse a mãe ao G1, naquele momento. Quando percebeu o abatimento da criança, ela ligou para as médicas que o acompanham. “Elas mandaram ele voltar imediatamente”, afirmou.
No dia seguinte ao disparo, a criança já tinha passado por uma cirurgia no tórax. Naquele momento, os médicos responsáveis optaram por deixar a bala no local e acompanhar a evolução do quadro.
Policial preso
O menino foi baleado no dia 6 de janeiro pelo policial civil do DF Sílvio Moreira Rosa, de 54 anos. Ele dirigia pela rodovia que liga Brasília a Águas Lindas de Goiás e, no trânsito, executou uma série de disparos contra o carro do pai de Luiz Guilherme. Sílvio está preso em Goiânia.
O juiz responsável pelo caso negou um pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado do policial e aceitou a denúncia do Ministério Público de Goiás, feita em 17 de janeiro, por tentativa de homicídio duplamente qualificada. Segundo o promotor de Justiça Eliseu Antônio da Silva Belo, ele tentou matar por motivo fútil e impossibilitou a defesa do casal e da criança.
À polícia, o agente disse ter suspeitado de que o pai da criança era um criminoso e afirmou não ter visto que o menino estava sentado no banco de trás do veículo. A foto de Luis Guilherme estampa o vidro traseiro do carro. Para a mãe da criança, o policial civil tentou provocar um acidente antes de atirar.
O policial civil era agente penitenciário no Centro de Progressão Penitenciária do DF – ele é ligado à corporação porque, na época em que foi admitido, não existia a carreira de agente penitenciário. O homem já havia sido demitido da polícia em 2001 por tentar fraudar a própria aposentadoria ao simular um acidente. Mas conseguiu voltar ao trabalho 13 anos depois após uma decisão administrativa.
No último dia de governo de Agnelo Queiroz, Sílvio foi reintegrado no cargo de agente penitenciário e teve todos os direitos restabelecidos. Antes disso, em outubro de 2014, o policial foi nomeado para o GDF para o cargo de assessor do núcleo de acompanhamento dos projetos de deputados.
Postado por Radar/Fonte: G1