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Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

STF e as sobras eleitorais: Gilvan Máximo x Rodrigo Rollemberg

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A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) tomada no dia 13 de março sobre a distribuição das chamadas “sobras eleitorais” fez com que sete deputados federais eleitos em 2022 perderam seus mandatos, entre eles Gilvan Máximo (Republicanos-DF).

Quem é Gilvan?

Nos dois anos em que exerceu o mandato de deputado federal, Gilvan Máximo se destacou como uma figura atuante e próxima da população do Distrito Federal.

Eleito em 2022 com 20.923 votos, o parlamentar do Republicanos aproveitou o apoio de sua base partidária e o sistema proporcional para garantir uma das oito vagas do DF na Câmara dos Deputados.

Durante seu curto período no cargo, Gilvan focou em pautas que atenderam diretamente às necessidades das comunidades locais, como a defesa de investimentos em infraestrutura, saúde e segurança pública.

Sua atuação em prol das regiões administrativas mais carentes, como Ceilândia e Samambaia, rendeu-lhe um crescimento expressivo de popularidade em todas as camadas sociais do DF.

Empresário e evangélico, Gilvan Máximo soube dialogar tanto com as classes populares quanto com setores médios e empresariais, consolidando-se como um político acessível e comprometido.

Projetos de lei apresentados por ele, como os que buscavam incentivar o empreendedorismo local e ampliar o acesso à educação técnica, refletiram sua visão de desenvolvimento para o DF.

A sua presença constante em eventos comunitários e igrejas foi a ponte de conexão com o eleitorado, que sem dúvida vinha pavimentando o caminho para uma provável volta triunfal em 2026.

Analistas políticos acreditam que, com o apoio crescente e a força do Republicanos — um partido bem estruturado no DF —, Gilvan tem tudo para retornar ao Congresso com uma votação robusta, superando de longe os números de 2022.

Quem é Rollemberg?

A ascensão de Rodrigo Rollemberg à Câmara dos Deputados vem carregada de dúvidas no que tange à recuperação de sua imagem e o tempo perdido.

Com 51.926 votos nas eleições de 2022, o ex-governador do DF (2015–2018) assume o mandato com a sombra de uma gestão governamental amplamente criticada pelos servidores públicos, em quem mandou a polícia baixar o pau em professores grevistas no meio da rua.

Considerado por muitos o pior governador da história política do Distrito Federal, Rollemberg deixou o Palácio do Buriti, após ser derrotado em 2018, quando finalizou o governo com índices de rejeição altíssimos, fruto de decisões impopulares, que causaram à paralisação de serviços públicos essenciais.

O “Governo de Brasília” foi um deboche para a população quando Rollemberg recorreu à pajelança do “Cacique Cobra Coral” para fazer chover durante a crise hídrica que afetou o abastecimento de água em todo o DF. Leia Aqui.

Outro marco de sua desastrada gestão foi a implacável derrubada de condomínios residenciais de classe média, onde residem 1/3 da população do DF, além de moradias ocupadas por milhares de famílias hipossuficientes, jogadas ao relento pela famigerada Agefis.

Um ato de terrorismo social que afetou milhares de brasilienses e o levou à derrota na disputa pela reeleição em 2018.

Agora, como deputado federal, Rollemberg terá que trabalhar em dobro ou até mais para tentar apagar essa memória negativa.

Com pouco mais de um ano e meio de mandato até as eleições de 2026, sua capacidade de entregar resultados concretos para a população pode não ser um tempo suficiente para buscar a reeleição para o mesmo cargo.

O PSB, partido de Rollemberg, enfrenta dificuldades estruturais no DF.

A legenda segue sem quadros de candidatos que queiram se aventurar a fazer o papel de “bucha” (seis homens e três mulheres) para reeleger o “bonitinho” do Rollemberg. 

Na verdade, o ex-governador ganhou uma sobrevida política com a decisão do STF.

É como aquele paciente de UTI que acorda somente para se despedir.

 

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

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