O Rio de Janeiro continua sendo uma cidade sitiada pelos graves problemas de segurança pública, mesmo com diferentes líderes políticos tentando solucionar essa questão há décadas.
Na próxima semana o presidente Lula promete anunciar um pacote de medidas para reforçar a segurança no estado.
As medidas do governo federal devem prever o aumento da presença policial e das forças armadas, além de estratégias para o implemento das novas tecnologia contra o crime.
A recente queima de mais de 30 ônibus no estado carioca trouxe à tona uma dura realidade: o Estado Paralelo do crime está cada vez mais ativo e determinando o curso dos acontecimentos diante do fracasso da inteligência das forças de segurança do Rio, bem como da União.
A violência na “cidade maravilhosa” não é um problema novo. Há décadas a cidade enfrenta altos índices de criminalidade, com a atuação do tráfico de drogas e milícias impondo o terror aos seus habitantes.
Até a Barra da Tijuca, região nobre, tida como a mais segura, foi palco outro dia da chacina de quatro médicos que chocou o país.
Noticiários desta semana dão conta que o governador Cláudio Castro pediu tropas do Exército alegando que essa seria uma solução para conter a criminalidade.
Essa não é uma boa ideia. Em 2018, o então presidente Michel Temer decretou uma intervenção federal na segurança pública do Rio, colocando as Forças Armadas no comando. Deu merda.
Militares dispararam contra um carro, que levava uma família, matando o músico Evaldo Rosa dos Santos e ferindo mais três pessoas.
Seis meses antes, três militares do Exército foram abatidos em operações na Rocinha e no Alemão.
As forças armadas são preparadas para matar e não tem a função e nem o mesmo preparo das forças estaduais. Tanto é que os problemas de segurança pública no Rio não foram resolvidos como esperado.
O presidente Lula propôs a criação de um Ministério da Segurança Pública para lidar com o problema do crime no país.
No entanto, a mera criação de mais uma estrutura burocrática da Esplanada servirá apenas com um penduricalho como tantos outros do governo.
O problema da segurança pública não pode ser resolvido apenas com a criação de novos ministérios.
Nesse ponto o ministro da Justiça, Flávio Dino estar coberto de razão ao rejeitar a ideia do chefe.
Mais também, por outro lado, o ex-governador do Maranhão segue apenas com sua política de firula midiática em relação à segurança pública no Rio, na Bahia e no Ceará, sem se dar conta que só isso não basta.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social. Leia mais #radarpolitico