Não se faz mais campanha no corpo a corpo como antigamente. A maioria dos 894 candidatos que disputa para governador, senador, deputado federal e deputado distrital, no DF, acredita que pode se eleger apenas impulsionando as suas respectivas propagandas por meio das redes sociais e das plataformas na internet.
A maioria, desde o início da campanha, fica de perna para cima, em casa, acreditando que o voto cairá nas urnas e que só isso, basta.
Os chamados “candidato fantasma da internet” invadem as milhares de contas de possíveis eleitores com vídeos e “santinhos” pedindo voto.
Tem candidato que está torrando mais de 90% dos recursos recebidos do fundo partidários, com impulsionamentos no Google, no facebook e no Instagram, conforme pode ser constatado pelo site Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do TSE.
Ninguém quer mais gastar a sola do sapato correndo atrás dos votantes como antigamente. “Carregar menino no colo ou tomando água na caneca na casa do pobre, nem pensar, é coisa do passado”, dizem alguns.
Poucos são os candidatos que ainda recorrem aos meios tradicionais, como as carreatas, os grande comícios e a abordagem no corpo-a-corpo, direto com o eleitor, que segundo os analistas e marqueteiros são ainda as estratégias mais eficiente de uma campanha.
Sem deixar de lado a campanha virtual, nas plataformas da internet, o candidato emedebista Ibaneis Rocha, ganha as ruas diariamente com a mesma intensidade da campanha de 2018, quando se elegeu pela primeira vez.
O governador, que busca a sua reeleição, entra na reta final da campanha eleitoral com o mesmo pique, imprimido pelo também, emedebista, Joaquim Roriz, nas movimentadas campanhas de rua, as quais o levaram a governar o DF por quatro vezes.
É no calor da rua e do povo, que Ibaneis realiza uma campanha mais efetiva, interagindo intensamente com os votantes, gerando um efeito multiplicador, bem maior do que um discurso de televisão, ao dar a devida atenção ao eleitor.
Tirando a campanha de Ibaneis Rocha, turbinada pelo volume de militantes e apoiadores, alguns outros candidatos ao GDF, de forma mais singela, ainda vão para as ruas.
Pouco se vê as agitações de bandeiras, entrega dos santinhos ou adesivos perfurados pelas cidades do DF.
A maioria dos candidatos acredita, que o uso da internet e das redes sociais, um dos fatores que contribuiu para o triunfo de Donald Trump, nas eleições presidenciais de 2016, nos Estados Unidos, bem como a que decidiu a vitória de Jair Bolsonaro em 2018, no Brasil, possa repetir o mesmo efeito nestas eleições de 2022.
Os “fantasmas”, que desapareceram, fisicamente, das ruas e da vista dos eleitores, acreditam que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar, só pedindo voto pelas redes sociais, mesmo sendo bloqueados por milhares.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF