Radar Político/Opinião DIREITO DE RESPOSTA

Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

Ibaneis terá que cortar na própria carne se quiser regularizar cidades

Publicado em

Para conseguir efetivamente regularizar as cidades do Paranoá e Itapoã, no próximo ano, o governador Ibaneis Rocha(MDB) terá que mudar a configuração da atual diretoria da Terracap, cuja maioria se encontra lá, há mais de uma década.

Ao completar o seu segundo ano no governo, em 2020, o governador sentiu o desejo de cumprir uma das suas mais importantes promessas de campanha, feitas em 2018, de promover a regularização fundiária das cidades do Paranoá e Itapoã.

O desejo do governador ia ao encontro da realização dos sonhos dos mais de 150 mil moradores das duas cidades, segundo levantamento de 2019, realizado pelo Codeplan.

Para isso, ele mandou publicar o Decreto n° 40.909/2020, que atribuía a importante missão à Companhia de Desenvolvimento Habitação (Codhab), bem como à Terracap, no sentido de promover a REURB.

A Reurb, é um instrumento com um conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais, destinadas à incorporação dos núcleos urbanos informais, ao ordenamento territorial urbano, e à titulação de seus ocupantes.

No entanto, o jogo do empurra-empurra, entre os dois órgãos, terminou por prejudicar o decreto governamental, que estipulava um prazo de 180 dias, vencendo sem que fosse cumprida a determinação de Ibaneis.

A turma da Terracap, que ficou incumbida de realizar o mapa da poligonal e do georreferenciamento da Fazenda Paranoá, com vistas a regularização das cidades do Paranoá e Itapoã, simplesmente fez cara de paisagem para a determinação do governador.

Em outubro desse ano, Ibaneis se reelegeu para mais quatro anos, governo que se inicia a partir de 1º de janeiro de 2023.

Ao continuar com as mesmas figuras carimbadas, que por mais de 12 anos compõem a diretoria da Terracap, a regularização fundiária não sairá jamais.

Na campanha eleitoral desse ano, o governador Ibaneis voltou a reafirmar o seu compromisso com a regularização fundiárias das referidas cidades, além de outras oito áreas, incluídas por decretos no ano passado, na Lei Reurb, que prevê a Regularização de Interesse Social (Aris), voltadas a famílias de baixa renda, no Distrito Federal.

No Paranoá, por exemplo, nenhuma das 6.260 habitações unifamiliares, dos 487 imóveis de uso misto, dos 758 imóveis comerciais, dos 29 imóveis para entidades religiosas, dos 13 lotes institucionais, dos 55 equipamentos públicos comunitários, bem como do parque urbano com 39,07 hectares e a criação de um lote para habitação coletiva, pode ter escritura registrada no cartório.

As terras não são de propriedade da Terracap, como a empresa fazia crer.

Mesmo assim, preferiu ficar procrastinando na justiça ao invés de garantir a segurança jurídica dos moradores como determinou o governador.

A empresa do governo chegou a pedir na justiça o desbloqueio das terras, mas foi negado. As terras são particulares e tem donos.

Os 928 moradores do condomínio Paranoá Parque, inaugurado em outubro de 2015, com a entrega das chaves pelo GDF, continuam na irregularidade e sem as escrituras dos imóveis.

Segue na mesma situação todos os equipamentos públicos do governo construídos sem alvará e sem possuir escrituras públicas.

Em todos os cartórios de registro de imóveis do Brasil, existe um aviso aos adquirentes de imóveis que diz o seguinte: “Quem não registra não é dono”.

Este preceito popular, entrou em vigência com a entrada em vigor da Lei nº 10.406, de 10/01/2002 (atual Código Civil).

Esta regra, vigente entre os povos civilizados, garante o direito de propriedade, que deve ser assegurado a todos aqueles que têm seus títulos aquisitivos devidamente registrados, perante o cartório imobiliário competente.

A garantia da escritura pública de seus imoveis, é um sonho antigo dos moradores do Paranoá e de Itapoã.

Esta última cidade, foi o fiel da balança, dos últimos momentos da agonia de contagem dos votos, que deram a Ibaneis, a reeleição no 1º turno.

Por tanto, os seus mais de 60 mil moradores merecem a recompensa de ter seus imóveis escriturados, uma garantia jurídica, até hoje negada pela Terracap.

*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

spot_img

Leia também

WhatsApp da Caesb tem novo número para contato

O WhatsApp da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) tem novo número: (61)...

Mais Radar

Justiça impõe multa milionária e demolição ao Condomínio RK

O Condomínio RK está condenado a pagar multa estratosférica que pode chegar a R$ 74 milhões por danos ambientais. O juiz ordena ainda a demolição do parcelamento irregular e a recuperação da área. Para os entendidos no assunto, a decisão ultrapassa os limites da razoabilidade.

Na boca do povo! Ibaneis revoluciona a cidade do Jardim Botânico

Em 2018, no "Senadinho da Boca do Povo", fórum criado pelo RadarDF, Ibaneis Rocha firmou compromissos com líderes do Jardim Botânico, prometendo investir os impostos locais em infraestrutura e regularizar os condomínios da região. As promessas estão se concretizando.

PEC da redução de jornada: Avanço ou retrocesso econômico do país?

A PEC que reduz a jornada de trabalho traz benefícios para os trabalhadores, mas pode agravar o desemprego, principalmente na região Norte e Nordeste do país. Apesar das novas tecnologias, o Brasil não preparou adequadamente sua força de trabalho para as demandas do futuro.

Caso do homem-bomba sobra para Bolsonaro e detona com projeto de anistia

As bombas jogadas contra a estátua da Justiça, terminaram caindo sobre o colo de Bolsonaro com aceleração de investigações da PF sobre outros casos. As bombas de Wanderley também enfraqueceram o movimento pela anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.

Terror contra os símbolos da República continua sendo uma ameaça

Francisco Wanderley havia anunciado em uma rede social que planejava executar um atentado em Brasília. Havia um dia e hora definidos. Às 19 horas desta quarta (13), ele concretizou a ameaça sem que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) desse uma resposta rápida para impedi-lo.

Últimas do Radar Político

O Radar DF não permite essa ação

»
»