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Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

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Grass e Cappelli: o saco de gatos pingados que afunda esquerda no DF

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As disputas de 2026 para o governo do Distrito Federal (GDF) já começam com a evidente fragmentação entre os partidos de esquerda.

Eles batem a cabeça em busca de um nome capaz de liderar uma coalizão robusta contra a vice-governadora Celina Leão (PP), apontada como favorita por todas as pesquisas como uma forte candidata ao Palácio do Buriti.

Enquanto a direita e o centro consolidam suas bases, a esquerda enfrenta um verdadeiro “saco de gatos”, com disputas internas, tapas na cara, vaidades pessoais que ameaçam suas chances de vitória.

No centro desse imbróglio está Leandro Grass, presidente do IPHAN e ex-candidato ao GDF em 2022 pela federação PT/PV/PCdoB, que clama por união, desde que o candidato seja ele.

Em 2022, Leandro Grass, do Partido Verde (PV), foi o escolhido para encabeçar a federação formada por PT, PV e PCdoB na disputa pelo governo do Distrito Federal.

Grass foi derrotado no primeiro turno pelo atual governador Ibaneis Rocha (MDB), que conquistou a reeleição com uma vitória expressiva.

A campanha de Grass, embora tenha mobilizado parte do eleitorado de esquerda, não conseguiu competir com a forte popularidade Ibaneis, que contava com amplo apoio de partidos de centro e direita.

Agora, Grass tem se posicionado como uma voz crítica à desunião da esquerda, alertando que a pulverização de candidaturas em 2026 pode resultar em mais um fracasso.

Recentemente, em uma postagem em rede social datada de 18 de março de 2025, Grass foi enfático: “Todo mundo sabe que, se o campo progressista se dividir, será atropelado. Projetos avulsos, individuais e mediocremente partidários serão varridos do DF”.

O recado, embora genérico, parece direcionado tanto para os petistas como para o PSB, que ensaiam movimentos próprios sem combinar com ele.

Grass, que atualmente ocupa a presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no governo Lula, teria a bênção do presidente da República para liderar novamente a federação PT/PV/PCdoB em 2026.

No entanto, essa aparente vantagem tem gerado brigas internas, especialmente com o PT do Distrito Federal, que se sente alijado dos benefícios políticos e administrativos que Grass e o PV conseguiram assegurar.

Os petistas argumentam que, enquanto o PV colheu frutos no governo federal — como a nomeação de Grass para o IPHAN —, o partido de Lula no Distrito Federal ficou “a ver navios”, sem contrapartidas significativas em termos de cargos ou influência.

Essa percepção de desequilíbrio tem alimentado resistências à ideia de Grass como candidato único da federação em 2026.

Para muitos petistas, a escolha de Grass em 2022 foi uma concessão que não trouxe resultados, e agora o partido busca recuperar protagonismo na definição da estratégia eleitoral.

O PT local também teme que uma nova candidatura de Grass seja vista como uma imposição do PV, o que poderia alienar lideranças petistas e dificultar a mobilização da base.

Na outra ponta do espectro esquerdista, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) surge como um complicador adicional.

Sob a influência do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que se filiou ao PSB em 2022 para compor a chapa com Lula, o partido planeja lançar uma candidatura própria ao GDF em 2026.

O nome escolhido é Ricardo Cappelli,  figura que tenta ganhar notoriedade ao anunciar que iria morar no Sol Nascente, comunidades pobre do DF, promessa que não cumpriu até agora.

O nome de Cappelli foi anunciado por Rodrigo Rollemberg, o pior governador da historia do DF (2015 e 2018), por meio de uma rede social.

No entanto, a iniciativa do PSB é vista com desconfiança por outros partidos de esquerda, especialmente a federação PT/PV/PCdoB.

Enquanto a esquerda se debate em disputas internas, Celina Leão emerge como uma adversária formidável.

Atual vice-governadora e filiada ao Progressistas (PP), tem se destacado por sua articulação política com o apoio do governador Ibaneis Rocha, que não poderá concorrer à reeleição em 2026 devido ao limite de dois mandatos consecutivos.

Com uma trajetória que inclui passagens pela Câmara dos Deputados e pela Câmara Legislativa do DF, Celina é vista como uma candidata capaz de herdar o espólio político de Ibaneis e de Joaquim Roriz e manter a hegemonia do centro-direita na capital do país.

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

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