O ataque suicida de Francisco Wanderley Luís, ocorrido na Praça dos Três Poderes da capital federal, teve como consequência a aceleração do processo de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Também jogou água fria na esperança de centenas de pessoas, que foram presas e processadas por envolvimento no violento ato do 8 de janeiro, uma tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Os acuados seriam todos beneficiados pelo projeto de lei (PL) 2858/22, que estava em andamento no Congresso Nacional.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), retirou a proposta de autoria do ex-deputado Major Victor Hugo (PL-GO), que atuou como líder do governo Bolsonaro na Câmara durante a gestão do ex-capitão.
Antes da ação do “lobo solitário”, que detonou bombas contra a estátua “A Justiça”, obra do artista plástico mineiro Alfredo Ceschiatti, localizada na frente da Suprema Corte, a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal mantinham outra tática em andamento.
As instituições tinham como objetivo apresentar denúncias relacionadas à acusação de tentativa de golpe de Estado contra Bolsonaro somente no próximo ano.
Agora, os ministros do STF solicitaram que as investigações contra o ex-presidente fossem aceleradas, dando um prazo de 30 dias para a conclusão.
O caso da bomba terminou explodindo no colo de Bolsonaro, embora não haja nada que sugira uma ligação entre ele e o gesto tresloucado de Francisco Wanderley.
Ele chegou a publicar uma nota na manhã de ontem (14) em que lamenta e repudia as explosões na área central de Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal, na noite de quarta (13).
No entanto, o caso serviu de chamariz contra o ex-presidente, que pode se tornar réu em outros casos, ainda no apagar das luzes de 2024.
A ideia de anistiar os manifestantes que invadiram e destruíram símbolos da República diminuiu nas últimas 24 horas.
Aqueles que tinham a esperança de se livrar da acusação voltaram a ter pesadelos.