Desde o início da transição o governador eleito Ibaneis Rocha, já anunciou mais de 30 nomes para compor o futuro governo do Distrito Federal a ser instalado a partir do dia 1 de janeiro. No entanto, até lá, alguns dos já anunciados podem não chegar a sentar na cadeira para as quais foram indicados
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Insegurança jurídica, queda de braço entre partidos e puxada de tapetes são alguns dos ingredientes que permeiam avanços e recuos de nomes indicados pelo governador eleito para a composição do futuro governo.
O policial civil e ex-deputado distrital Wellington Luiz (MDB), pode não ser empossado no cargo de diretor-presidente da Companhia Metropolitano do Distrito Federal – Metrô/DF. A culpa não é de Ibaneis Rocha, mas por causa da lei 6.404 de 15 de novembro de 1976.
Wellington não preenche os requisitos do artigo 7 da lei que exige reputação ilibada e notório saber no que diz respeito a transportes sobre trilhos no caso do metrô. O policial entende mais de calibre 38 do que engenharia de tráfego e manutenção de trens.
Veja o que diz o inciso das vedações para ocupar cargos de direção em empresas de economia mista como é o caso do Metrô de Brasília.
§ 2º: É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e para a diretoria:
I – De representante do órgão regulador ao qual a empresa pública ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Ministro de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na administração pública, de dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados do cargo;
II – De pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral;
Wellington Luís é vice-presidente do MDB-DF e para ocupar tal cargo, segundo alguns advogados consultados pelo Radar, deveria ter se afastado da estrutura decisória do MDB pelo menos três anos antes.
Procurado pelo Radar, o ex-deputado não atendeu as ligações.
A Secretaria de Saúde continua sem um nome definido por causa de uma briga de foice no escuro travada dentro do governo de transição. Na roda pequena, quem passa o dia na esperança de ter o nome anunciado a noite se sente como carta fora do baralho.
Ibaneis prefere esperar um sinal verde do futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) que deve dar as bençãos para o futuro secretário de saúde do DF. Pode ser alguém da terra? Pode. Mas pode ser também mais um forasteiro.
Na fila dos secretariáveis tem uma penca de indicados por partidos e até por lobistas representantes de empresas de ônibus que se movimentam por trás querendo a Secretaria de Transportes Urbano do Distrito Federal (DFTrans). Mas será uma deputada eleita que deve ser a escolhida para comandar a pasta.
A partir da próxima semana o governador eleito vai botar um ponto final na da guerra silenciosa travada por deputados distritais eleitos e não eleitos que se engalfinham de forma antecipada no esquartejamento das Administrações Regionais.