É de fundamental importância saber que Rodrigo Rollemberg, o governador de Brasília, não está morto e enterrado como dizem por aí. A oposição pode falar o que quiser, mas se não tiver juízo, equilíbrio e muito trambalho acabará perdendo a eleição no próximo ano para o pior governador que o DF já teve
Por Toni Duarte
O governador Rodrigo Rollemberg não está nem aí para o trecho da música “Sampa”, de Caetano Veloso, que diz que “a força da grana que ergue e destrói coisas belas”.
Nos últimos 30 dias, o socialista conseguiu pelo esquema toma-lá-dá-cá o sinal verde da Câmara Legislativa para meter a mão à vontade no dinheiro da aposentadoria dos servidores, bem como a autorização para gastar exatos R$123.901.336,00 com publicidade para tentar cobrir de cosmético em seu governo, tão desqualificado quanto inoperante.
E não importa se pessoas estão morrendo nas portas dos hospitais ou se são assassinadas, estupradas ou roubadas no meio da rua por falta de segurança pública. Isso não é relevante para ele. Em três anos Rollemberg soube estocar dinheiro com o discurso que encontrou o DF na pindaíba e que a culpa foi da gestão passada.
Ele é a principal personagem que aparece na propaganda política do PSB na TV e, o que é mais hilário, para dizer “o que eles não fizeram a gente fez”. Tudo isso, como todos sabem, apropriando-se de obras dos outros, como a entrega de centenas de casas e apartamentos no Riacho Fundo II e na Samambaia Norte.
O governador tem uma reeleição pela frente e com a máquina na mão não é um sujeito que possa ser subestimado, mesmo com a rejeição popular alcançando patamares estratosféricos.
Se quiser vencer Rollemberg, o maior grupo de oposição ao governo, formado em dezembro do ano passado com seis grandes partidos e saltando recentemente para uma aliança de dez partidos, terá que estabelecer uma meta de convergência em torno de um nome, além de manter a unidade de todos.
Para início de conversa é impossível ignorar a força eleitoral do PMDB e do PP já que os dois partidos possuem mais de 40% do tempo de televisão, somados entre todos os partidos até agora aliançados. O PMDB é o maior partido no Congresso, sendo o PP é o quarto maior partido.
Os dirigentes partidários terão que saber quais as condições que deverão reger uma candidatura majoritária, bem como não tentarem descartar aqueles que enfrentam problemas judiciais, já que no meio político isso é quase uma unanimidade.
Tanto é que o pretenso “paladino” Rodrigo Rollemberg, nos últimos três anos, como governador, carrega também as suas cruzes ao virar réu em processo por improbidade administrativa e ainda é acusado pelo ex-presidente do PSB, o seu partido, de ter se beneficiado com R$ 300 mil do fundo partidário.
A oposição terá que trazer para a mesa dos debates todos os partidos que ainda não estavam participando por causa da baixa representatividade no Congresso.
Tem que haver aproximação junto a segmentos importantes da sociedade como o quebrado setor produtivo e com o evangélico que sofreu perseguição implacável do governo socialista, inclusive com a derrubada de seus templos.
Atores importantes, como o senador Cristovam Buarque, Eliana Pedrosa Ibanes Rocha, Rogerio Rosso, devem estar sentados à mesa para a construção dessa grande aliança que possa caminhar para uma eleição plebiscitária, o que possibilitará a vitória ainda no primeiro turno.
O PDT, partido que até há pouco tempo era aliado de Rodrigo Rollemberg, tornou-se legenda importante na construção dessa caminhada.
A oposição não precisa gastar energia e tempo com a desastrosa gestão do governo Rollemberg como forma de alertar a população do DF para uma situação tão óbvia. Coisas que não grudavam no governador agora passaram a grudar com o estouro da delação da JBS/Friboi.
Rollemberg recebeu o montante de R$ 852.831,75 da empresa JBS – doados a partir de 41 transações. Apenas um pagamento foi feito diretamente pela empresa e os outros 40 foram feitos através da Direção Regional do PSB. O caso se encontra no STF por causa do foro especial.
O tempo que precisa ser gasto é com a união de todos aqueles que desejam tirar Brasília do caos em que foi enfiada nestes quase oito anos do governo Agnelo/Rollemberg. Para que isso ocorra, a unidade é necessária.
Vale ressaltar que vaga para governador só existe uma. Para senador duas e uma para vice-governador. Não será fácil a montagem de uma engenharia política, sem que haja a consciência de seus construtores diante de um projeto para ganhar a eleição no próximo ano e, o que é mais importante, salvar Brasília do desastre material e moral em que se encontra.