O governador Rodrigo Rollemberg não se cansa de repetir que tem convicção que foi um bom governador, principalmente para os servidores da saúde, da segurança e da educação. Na mídia, ele promete fazer a maior obra do seu governo antes das eleições: acabar com o racionamento d’água, decretado há mais de 1 ano, se continuar chovendo
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Quem vê Rodrigo Rollemberg sair em defesa do Hospital da Criança, o mais importante centro de excelência médica de Brasília, gerido pelo Instituto de Câncer Infantil e Pediatria Especializada (ICIPE), acredita que o empenho do governador é por uma razão solidária.
Mas não é: a inclusão do Hospital da Criança ao caótico sistema hospitalar gerido pela Secretaria de Saúde, como determina a decisão monocrática de um juiz, seria aumentar ainda mais a dor de cabeça do pré-candidato socialista que tentará a reeleição mesmo carregando a mácula como o pior governador que já passou pelo Buriti.
Em uma entrevista na TV, ocorrida na terça-feira (17), Rollemberg disse ter convicção que foi um bom governador para os servidores públicos.
Ao se referir à Polícia Civil, que reivindica o reajuste salarial de 37%, acusou o sindicato da categoria de ter atrapalhado as negociações.
No entanto o sentimento da maioria dos servidores público é outro como bem explica uma nota emitida pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal.
Segundo a categoria, a poucos dias de fechar o prazo para conceder qualquer reajuste às carreiras do GDF, findado no último dia 10, o governador Rodrigo Rollemberg se apressou para privilegiar os amigos mais fiéis.
Aliados de primeira hora, como os secretários da Fazenda, do Planejamento e da Procuradoria-Geral, que apoiam e fortaleceram o discurso de “crise artificial”, foram beneficiados no apagar das luz es, segundo o Sinpol.
As três áreas fazem parte da chamada equipe de Governança, que ajudou o governador a travar o funcionamento da prestação de serviços.
A Secretaria de Fazenda teve autorizado o concurso para 120 vagas de auditores – o mesmo cargo do atual secretário, Wilson de Paula.
A Secretaria auxiliou no aumento da arrecadação, apesar do discurso de crise. Já para o Planejamento foram autorizadas 750 vagas para a carreira de gestão.
A secretária Leany Lemos, por sua vez, foi uma das responsáveis pelo travamento de todos os pleitos dos servidores públicos e agora é pré-candidata para as próximas eleições pelo mesmo partido do governador.
Para a Procuradoria foi autorizado um aumento indireto, travestido de mudança de classes, que deve beneficiar praticamente toda a carreira de assessoria jurídica do GDF.
A procuradora-geral, Paola Aires, também é integrante da Governança. Ela se empenhou pessoalmente na aprovação recorde da matéria na CLDF, um dia depois de o projeto ter chegado na Casa Legislativa.
“Enquanto isso, a grande maioria dos servidores públicos ficou de fora”, diz a nota dos policiais civis.
O calote dado nas trinta e duas carreiras de servidores – além dos policiais civis, que estão sem recomposição alaial há nove anos, levou ao caos os sistemas de segurança, saúde e educação, além de outras áreas do serviço público.
“Esse é retrato o de um Governo que se preocupa apenas com seus aliados mais próximos, sem se sensibilizar com aumento da criminalidade, mortes nos hospitais e escolas ucateada e superlotadas”, reagem os policiais civis.
Ir para a TV dizer que foi um governador bom para os servidores públicos é motivo risadas.