O senador Antonio Reguffe (sem Partido) jurou ao Radar que não é verdade que teria afirmado que a Medida Provisória 759/2016, aprovada sem o seu voto, na última quarta-feira pelo Senado, seria para beneficiar grileiros, inclusive dentro da Amazônia Legal. Para Reguffe, o Radar mentiu. Já para quem acompanhou tudo, o blog disse a verdade
eguffe ligou duas vezes ao Radar, durante a tarde de ontem, para rebater a matéria publicada pelo blog sobre a aprovação do projeto de conversão da Medida Provisória 759, que irá beneficiar 200 milhões de brasileiros em todo o país. Só no DF, cerca de 1 milhão e meio de famílias que moram em situação irregular, serão beneficiadas pela nova Lei que o senador votou contra. Isso ele não desmentiu.
Por telefone Reguffe disse que não é verdade que teria dito que a MP iria beneficiar grileiros. “O que eu falei, não sei se você acompanhou, foi o seguinte: que na parte urbana era correta, era justo. Agora existem algumas áreas rurais, sobretudo na Amazônia Legal que, na minha concepção, não está correto o que seria um objeto de especulação”, explicou o senador.
Reguffe disse ainda que poderia apresentar uma emenda para separar o joio do trigo. “Mas se eu apresentasse uma emenda, o texto voltaria para Câmara. Por isso preferi votar contra”. Reguffe deixou claro que apesar de ter elegido Rollemberg (governador do Distrito Federal), é um crítico ao governo dele.
VAMOS AOS FATOS SOBRE REGUFFE
Em 60 dias (prazo para a apresentação de emendas ao texto da MP 759), cerca de 700 sugestões foram apresentadas por deputados e senadores das mais diversas regiões do país interessados em resolver a questão fundiária em seus respectivos estados.
Não se tem conhecimento ou registro que o senador Reguffe e o senador Cristovam Buarque, ambos representantes do DF, tenham apresentado alguma emenda. No caso de Cristovam, mesmo sendo membro da comissão mista, criada pelo Congresso Nacional, para debater o MP, nunca compareceu para fazer uma única manifestação.
E para surpreender a todos o ex-reitor deixou o plenário. A assessoria dele respondeu ao Radar dizendo que a saída a “francesa” do senador era porque estava atrasado para uma importante viagem ao exterior, para participar da cerimônia de entrega do Prêmio “Isa Award for Service to Humanity 2015 – 2017″. Diante de tal justificativa demonstra que a questão da regularização fundiária do DF nunca foi um fato relevante para Cristovam.
No DF, o deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) e o senador Hélio José (PMDB-DF) realizaram mais de cinco audiências públicas e percorreram as cidades do Distrito Federal e a zona rural para ouvir as populações que nos últimos 30 anos vivem de forma irregular e buscam pela segurança jurídica de suas moradias. Foram poucos os parlamentares que marcaram presença nas reuniões que envolveram multidões neste período. De federal, apenas Roney Nemer, e de distrital, apenas Celina Leão debateram o assunto.
Aí vem à pergunta: qual o conhecimento de causa tem sobre o tema o senador Reguffe? E por que só no dia, faltando os últimos minutos para a aprovação da MP, o senado decide julgar, de acordo com a sua concepção, o que estava certo e o que estava errado dentro do texto?
O voto dele contrário à aprovação da MP e a fuga inesperada de Cristovam do plenário para não votar, foi recebido como um insulto ao sonho e a vontade dos milhares de moradores do DF que nestes últimos dois anos, mesmo pagando seus impostos como o IPTU, são chamados de “grileiros”, “bandidos” e de “invasores” por um governo medíocre que prefere destruir casas, desabrigando famílias, do que apresentar um programa habitacional que acolha o povo ou que regularize os condomínios consolidados.
Para finalizar: Reguffe disse sim e de forma generalizada que a MP poderia está beneficiando os grileiros, inclusive dentro da Amazônia legal. Veja aí:
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