Cresce a desconfiança de que os caciques do PSOL-DF, se movimentam para empurrar de goela abaixo da militância, um novo nome, como o da professora da UNB, Fátima de Sousa, para concorrer a vaga ao Buriti. Essa ação, tem o objetivo de frear o crescimento popular da pretensa candidata Anjuli Tostes e do sindicalista Clayton Avelar. O pau pode quebrar na Conferência Eleitoral.
Por Toni Duarte
Uma insatisfação interna entre militantes pode rachar, em bandas, o PSOL do Distrito Federal, caso seja imposto, sem passar pelas prévias, o nome da professora da UNB, Maria Fátima de Sousa como candidata do partido ao Buriti. A decisão pelo nome da professora pode ocorrer durante a Conferência Eleitoral do PSOL, marcada para este domingo (17)
Três postulantes, que há seis meses trabalham como pré-candidatos a governador nas próximas eleições pelo PSOL, cujos nomes passariam por uma prévia feita pelo partido, podem ficar de fora do processo se a candidatura da professora Maria Fátima de Sousa prevalecer no entendimento e na vontade da direção da legenda esquerdista no DF.
Há uma forte tendência da direção do partido de empurrar goela abaixo da militância o nome da professora da UNB, Maria Fátima de Sousa, sem que passe pelas prévias, uma regra utilizada pelo Psol para escolher, democraticamente, quem pode representar o partido nas eleições majoritárias ou proporcionais no DF, como sempre ocorreu nos últimos 13 anos.
No entanto, o rito dessa vez não será seguido o que está deixando a militância desconfiada de que os chamados caciques do Psol, entre eles o casal Toninho do Psol e a sua mulher a ex-deputada federal Maria José, a Maninha do Psol não desejam “sombras” em seus caminhos.
O histórico presidente do partido, Toninho do Psol, que disputará em 2018 uma das 24 vagas de deputado distrital e a mulher dele uma das oito vagas de deputado federal, disse ao Radar que não há uma definição ainda em torno do nome de Maria Fatima de Sousa. “Não é nada certo”, disse ele.
Toninho destacou que Fátima de Sousa, que é diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (FS/UnB) e vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva Abrasco, “ é uma pessoa que tem um currículo invejável e é filiada ao Psol há bastante tempo”.
“Na minha avaliação e da Maninha e de outros setores importantes do partido, a professora Maria Fátima de Sousa é uma pessoa que tem a possibilidade de unificar todas as pretensas candidaturas do Psol ao Buriti em torno dela”, afirmou.
O presidente do Psol disse ainda que não existe a intensão de dividir o partido e que a inclusão de Fátima de Sousa, como candidata a governadora do DF, nas eleições do próximo ano, será colocado sobre a mesa no próximo domingo quando ocorrerá a Conferência Eleitoral do partido.
Indagado como ficaria as candidaturas da auditora da Controladoria Geral da União, Anjuli Tostes, e do sindicalista Clayton Avelar, cujos nomes seriam submetidos a uma prévia que ocorreria no próximo domingo, Toninho do Psol minimizou:
“Anjuli é uma excelente candidata, uma menina nova e cheia de energia. O Clayton é um sindicalista de esquerda com uma bela trajetória de militância desde quando era do PT. No entanto, ambos não conseguiram empolgar todos os segmentos que atuam dentro do Psol. Quem sabe não teremos a possibilidade de unificar todos eles em torno de um único nome”, acredita.
Nos últimos seis meses, Anjuli Tostes, 32 anos, brasiliense e moradora de São Sebastião, uma das cidades mais pobres do DF, conquistou os movimentos sociais e anda com desenvoltura nos setores importantes da sociedade brasiliense como o segmento dos servidores públicos cansados dos políticos carreiristas e sem compromisso.
“Defendo que o Psol não se atrele a políticos corruptos, que seja crítico feroz ao medíocre governo de Rodrigo Rollemberg e que possa se abrir para o debate participativo e popular”, disse ela durante uma sabatina com lideranças do Senadinho do Jardim Botânico.
Anjuli não foi localizada pelo Radar para comentar o fato de estar sendo “limada pela direção do Psol, mas o sindicalista Clayton Avelar confirmou ao blog que há a intensão da executiva do Psol de não realizar as prévias como tradicionalmente sempre fez.
“Vieram me pedir para que eu retirasse a candidatura da escolha interna, mas não farei isso, e pelo que sei, nem a Anjuli e nem o Barão Veloso farão isso. Tenho um grupo que apóia a minha pré-candidatura dentro do partido”, disse Clayton Avelar.
OUÇA AQUI PARTE DA ENTREVISTA DE TONINHO AO RADAR