Eliana Pedrosa vai continuar brincando de pré-candidata ao Buriti até agosto, mês estabelecido pela Justiça Eleitoral, para os registros de candidaturas. A ex-distrital cumprirá um acordo feito pela direção nacional do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), de ser a vice do governador Rodrigo Rollemberg candidato a reeleição. A família Roriz entrou também no mesmo pacote
Por Toni Duarte//RADAR-DF
“Me engana que eu gosto”. Essa é a expressão mais usada no meio político, com olhar de desconfiado, para os mais diversos pré- candidatos ao governo do Distrito Federal nas eleições desse ano.
A “pegadinha” feita por alguns políticos, aos pouco vai se dissipando com a aproximação do mês de agosto, até o dia 15, data limite para os partidos e coligações registrarem os seus candidatos na Justiça Eleitoral.
Pode ser o caso da ex-deputada distrital Eliana Pedrosa, pré-candidata a governadora, apenas para se manter na mídia.
Entre o Pros e o governador Rodrigo Rollemberg, há um acordo político, realizado no mês de abril, três dias após o ingresso de Eliana Pedrosa, que deixou o Podemos, e da deputada distrital Liliane Roriz que deixou o PTB de Alírio Neto. Ambas participaram do acordo.
O partido de Eurípedes Júnior, além de continuar dominando centenas de cargos no governo do Distrito Federal, seria uma espécie de “Plano “B”, para ser o parceiro preferencial na reeleição de Rollemberg, caso a ex-tucana Maria de Lourdes Abadia não conseguisse tomar o PSDB-DF do controle do deputado federal Izalci Lucas. Ela não conseguiu.
Além dos interesses políticos que envolvem o Pros e o governador, há também os interesses comerciais a perder de vista, negociados que inclui os Pedrosa e o clã Roriz.
Entenda melhor a história
Eliana Pedrosa ingressou na vida pública em 2003, quando foi eleita para a Câmara Legislativa. Permaneceu na Casa até 2014 e está sem mandato desde então, pois fracassou na tentativa de chegar ao Congresso Nacional.
Apesar de ficar fora do mandato, no entanto a Dinâmica Administração, Serviços e Obras Ltda, empresa ligada à família da ex-distrital, manteve contratos milionários — muitos deles emergenciais e sem licitação — com órgãos do GDF.
Em 2015, primeiro ano do conturbado governo Rollemberg, os cofres públicos desembolsaram R$ 84,8 milhões para a empresa da família Pedrosa. Em 2016, o total ficou em R$ 71,6 milhões.
Até junho do ano passado, a Dinâmica recebeu R$ 37,9 milhões de três contratos: com a Secretaria de Saúde, a Polícia Civil e o Metrô-DF.
Mas a situação começou a degringolar quando a ex-distrital resolveu anunciar a sua pré-candidatura ao Buriti, fazendo críticas ácidas ao governo Rollemberg que foi à forra.
O calote veio no fim do contrato entre a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal – Metrô-DF e a Dinâmica. A empresa dos Pedrosa não recebeu as parcelas de maio e junho e ficou sem pagar as verbas rescisórias aos funcionários e quase foi para o buraco.
O problema só foi sanado após decisão do Tribunal Regional do Trabalho exigindo que o GDF depositasse R$ 1,5 milhão e estipulando multa diária de R$ 50 mil a ser paga pelo Metrô caso a determinação não fosse cumprida.
A opção de Eliana Pedrosa ingressar no Pros, partido que sempre esteve na base do governo Rollemberg, pode ter algo muito além do político. De saída, o governo teria prometido novos contratos para a Dinâmica.
No mês passado, a empresa dos Pedrosa anunciou nas redes sociais, vagas para vigilantes que atraiu centenas de pessoas à empresa Esparta Segurança, pertencente à família.
Na política do “me engana que eu gosto” pode sobrar até para o ex-distrital Alírio Neto. Ao lado de Eliana Pedrosa, o presidente do PTB-DF pode está comendo mosca, ou não.