A reação da Câmara Legislativa contra o aumento abusivo nos preços das passagens de ônibus, que passou a valer desde o primeiro dia útil do ano, obrigou o governador Rodrigo Rollemberg a mandar contratar uma auditoria para abrir a “caixa preta” das cinco empresas de ônibus que controlam o sistema de transportes do Distrito Federal
oi publicada nesta terça-feira (10), no Diário Oficial do Distrito Federal, a dispensa de licitação para contratar a Fundação Getúlio Vargas que fará o processo de avaliação no sistema de bilhetagem controlado pelas empresas de ônibus Piracicabana, Pioneira, Marechal, Expresso São José e a Urbi que venceram a licitação de 2011. A auditoria ocorrera por um período de seis meses e custarão R$ 4,8 milhões.
Em agosto do ano passado o Poder Legislativo do DF havia recomendado ao governador Rodrigo Rollemberg que cancelasse o contrato licitatório realizado pela gestão de Agnelo Queiroz. O relatório da CPI dos Transportes apontou a “amplitude dos ilícitos identificados” e o “entrelaçamento de ações” entre agentes públicos e privados, revelando uma “verdadeira cadeia evolutiva voltada ao desvirtuamento do processo licitatório”, com elementos de favorecimento indevido e desvio de dinheiro público.
Entre as irregularidades apontadas pela CPI estão às suspeitas de que o advogado Sacha Reck direcionou o certame, pois era consultor privado da empresa de ônibus Marechal e também atuou como consultor do processo; de que o ex-secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho facilitou a entrada desses consultores privados; e de que empresas do mesmo grupo econômico, como Viação Pioneira e Viação Cidade Brasília, apresentaram propostas simultâneas durante a licitação, o que é vetado por lei porque favoreceria um “ajuste prévio”.
Mesmo diante de todos esses indícios que exalam fraude e corrupção, o governador Rodrigo Rollemberg se negou a cancelar o certamente, embora houvesse uma decisão judicial neste sentido. Na época, ele recorreu a segunda instância do TJDFT que derrubou a liminar.
A proteção escancarada do governo sobre os interesses dos donos de ônibus que operam no DF foi questionada pela revolta da população usuário dos transportes públicos em face do aumento absurdo e ilegal nos preços das passagens que passaram a valer a partir do ultimo dia 02. Os deputados distritais compraram a briga em favor do povo.
O novo presidente da Câmara Legislativa Joe Valle convocou a CLDF para uma sessão extraordinária para esta quinta-feira para derrubar o aumento. Mas os deputados distritais querem mais. Querem que o GDF faça uma auditoria que possa avaliar o fluxo de caixa, os investimentos e a relação de custos e despesas das concessionárias, bem como no mecanismo de bilhetagem automática para checar dados, como transparência e precisão das informações.
Acuado e sem saída, o governador mandou contratar a Fundação Getúlio Vargas para proceder a auditoria. “Uma providência que já deveria ter sido feita antes de ter anunciar o aumento das tarifas”, apontou o deputado distrital Raimundo Ribeiro (PPS).
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