“Se a gente deixar a política para quem só gosta de dinheiro e para aqueles que fazem da política um grande negócio, o nosso país, e principalmente o DF, ficará cada vez pior”. Foi o que disse o advogado Paulo Roque, pré-candidato ao Senado pelo Partido Novo, durante uma sabatina no “Senadinho da Boca do Povo”, ocorrida no último sábado (24), no Jardim Botânico
Por Toni Duarte/RADAR-DF
Nascido em Cajuri, pequena cidade de quatro mil habitantes do interior de Minas Gerais, Paulo Roque, 51 anos, antes de ser um renomado advogado e estudioso do direito do consumidor, foi engraxate, trabalhou como garçom, atuou como jornalista do SBT e dispensou a função de analista do Tribunal Regional Federal, após ter passado em um concurso público. Ele queria mesmo era advogar.
Como quem nasceu para desafiar a vida, Paulo Roque, morador de Brasília, desde 1988, não perdeu a chance de revelar a um grupo de lideranças comunitárias que formam o Senadinho, um dos mais respeitados fóruns de debate popular que funciona dentro da feira do Produtor do JB, que nestas eleições todas as pessoas de bem, neste momento, são convocadas a sair de sua zona de conforto para decidirem o que é melhor para o Brasil.
Ele disse que o país vive um momento difícil da sua história diante de uma crise moral sem precedentes no Legislativo, no Executivo e no Judiciário, que se fizeram tão presente em manchetes envolvendo escândalos de corrupção e julgamentos nos principais tribunais.
Roque pregou que é preciso resolver a crise moral que atinge o país, há muitas décadas, e que escolher bem nestas eleições talvez seja o maior desafio do povo brasileiro.
“Muita gente não sabe. Mas existem 31 deputados na Câmara Federal com 20 anos de mandato e no Senado há senadores com 40 anos de mandato consecutivos. Também tem aqueles que saíram e botaram seus filhos, e seus filhos os netos. Só a sociedade pode mudar esse jeito de fazer política. Se não mudamos os políticos, o Brasil não muda”, prevê Paulo Roque.
Ele disse que sente orgulho de ter se filiado ao Partido Novo por ter uma proposta programática que combate a política como um balcão de negócios.
“O partido Novo não usará dinheiro público na campanha. Enquanto muito partidos tradicionais, envolvido até o pescoço na Lava Jato, como o PMDB que irá receber mais de 500 milhões de reais do fundo partidário, o Novo devolverá o pouco dinheiro que tem direito por entender que esse recurso se trata de dinheiro público que fará falta a saúde e a educação”, afirmou.
Ele apontou o PSDB, partido também envolvido na Lava jato, como beneficiário da mesma mamata que chaga a quase 400 milhões de reais, mesmo valor que terá o PT. “Partidos que se intitula como um partido puro limpo e honesto, compartilhará da mesma farra para fazer campanha de seus candidatos”.
Paulo Roque destacou que o seu partido rejeita mais de uma reeleição e nenhum parlamentar do Novo pode ter mais que dois mandatos e não pode ocupar e nem indicar cargos no Executivo.
“Entendemos que essa prática é que permite esse vergonhoso toma-lá-dá-cá, que transforma a política em business que saqueia os cofres públicos. O Novo surgiu para reagir essa velha prática de fazer política no Brasil e, de forma mais clara, no DF”.
Paulo Roque deu exemplo da Câmara Legislativa do Distrito Federal que dificilmente se livrará da pecha de “puxadinho do Buriti, por causa da histórica e promíscua relação entre a maioria dos distritais com qualquer governo que esteja de plantão.
“A CLDF tem uma verba de gabinete de 230 mil reais para contratar assessores que na maioria das vezes são meros cabos eleitorais, pagos com o dinheiro público, para ajudar na reeleição do deputado. O mesmo acontece em todo o legislativo do país. Isso não tem sentido e nem pode continuar”.
Caso se eleja senador, Paulo Roque disse que apresentará uma Proposta de Emenda Constitucional _PEC, de limitação dos gastos do legislativo de todo o Brasil.
“O legislativo não vale pelo prédio ou o quanto gasta, mas pela independência e o caráter de seus legisladores. Com uma assessoria técnica eficiente. um parlamentar pode fazer um bom trabalho e representar a população que o elegeu”, acredita.
Quem mais sofre com a falta do serviço público, segundo Paulo Roque, é o pobre. Ele destacou que em São Sebastião, a taxa de homicídio em grupo de 100 mil habitantes é de 40 pessoas. “No Lago Sul é muito menos. A falta de uma política de segurança os mais pobres são as maiores vítimas”.
Roque disse ainda que no Jardim Botânico, onde o Estado sempre foi omisso por não ter construído absolutamente nada nos últimos 30 anos, no entanto, age com gula enorme no recolhimento de impostos, na cidade com a maior renda perca pita do DF.
“É a parcela da sociedade que mais paga impostos e não recebe nada em troca. É visível para quem mora e para que não mora no Jardim Botânico que o GDF nunca construiu uma escola, uma creche, um batalhão de polícia, um posto de saúde ou obra de infraestrutura. O Estado tem que ser honesto e não pode blefar com as pessoas”, disse ele.
Por fim, o advogado e pré-candidato ao Senado Paulo Roque, disse que no Brasil e no DF, grande parte dos políticos carreiristas, principalmente aqueles evolvidos em atos ilícitos, fica discutindo ideologia de esquerda e de direita ou ideologia de gênero.
“O povo não quer saber disso. O povo quer ter um Estado que funcione para todos e quem pode finalmente representá-lo com correção e honradez sem roubar o dinheiro público. ”
VEJA TRECHO DA SABATINA DE PAULO ROQUE
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