O esquema de candidaturas laranjas lançadas pelos partidos apenas para preencher a cota de 30% de candidatas mulheres foi pauta do ministro Alexandre de Moraes, na última quinta-feira (18).
O requisito exigido por lei, foi foco de denúncias nas eleições de 2018 e ganhou destaque na primeira sessão do Tribunal Superior Eleitoral da semana passada.
O novo presidente do TSE afirmou que não irá permitir candidaturas laranjas “simplesmente para fingir que as mulheres estão sendo candidatas” e que se a prática for comprovada neste ano, chapas inteiras de candidatos serão impedidas de concorrer.
Há quatro anos, quando o esquema veio à tona com candidatas do PSL, constatou-se que todas tiveram pouquíssimos votos nas urnas e os repasses que recebiam do fundão eleitoral, era bem maior que os demais concorrentes.
Os alvos desse tipo de prática, geralmente, são mulheres que desconhecem como funciona a política e são iludidas com o sonho de se elegerem ou simplesmente enganadas por lideranças partidárias locais.
Há também aquelas que entram a pedido de algum político a quem são ligadas de alguma maneira.
Das mulheres acusadas no suposto esquema do PSL em Minas Gerais e Pernambuco nas eleições de 2018, apenas Mariana Nunes se lançou novamente candidata pelo União Brasil, partido comandado pelo deputado Luciano Bivar, que presidia o PSL naquele ano.
Ambos chegaram a ser indiciados pela Polícia Federal em 2019, mas, em junho deste ano, a Justiça Eleitoral absolveu o caso.
Mesmo com a ampanha eleitoral deste ano ainda no início, já é possível identificar nas mais de 9 mil candidaturas de mulheres registradas no TSE algumas a serem as novas “laranjas”.