Candidatos com cinco, dez, quinze mil votos, conseguidos nas eleições de 2014, mas que ficaram na suplência, aguardarão até o último dia para se filiarem a um partido com o objetivo de disputarem as eleições deste ano. A maioria dos postulantes não quer se filiar a partidos que tenham candidatos com mandatos
Por Toni Duarte
Dia sete de abril é o prazo limite que os partidos terão para apresentar as nominatas para homologação junto à Justiça Eleitoral para a disputa das eleições deste ano.
No entanto, grande parte dos pretensos candidatos à distrital e federal está sem pressa esperando o momento certo para ter a certeza de que não irá servir de escada para os que já possuem mandatos e que tentarão a reeleição.
O Podemos, partido dirigido pela ex-deputada distrital Eliana Pedrosa, não tem atraído bons quadros já que o partido tem como filiado o deputado distrital Rodrigo Delmasso que já definiu que irá tentar a reeleição de distrital.
Nos bastidores, candidatos testados pelas urnas em 2014, colocaram algumas condições para se filiarem ao Podemos, como a de negar a legenda para Delmasso e que Eliana Pedrosa vetasse a candidatura do sobrinho dela, Eduardo Pedrosa Filho, que pretende disputar uma cadeira na Câmara Legislativa.
Em contato com o Radar, Delmasso negou que exista essa restrição ao seu nome dentro do Podemos e falou de forma inversa: “só continuarei no partido se a legenda conseguir formar uma boa nominata e capaz de eleger alguém”.
No PMDB a situação é mais difícil. A legenda tem dois distritais: Wellington Luiz e Rafael Prudente e pode ganhar um terceiro, que seria o Robério Negreiros que atualmente está no PSDB, e pode ser que retorne ao partido por onde se elegeu em 2014.
O suplente de deputado distrital João Hermeto, que obteve quase dez mil votos na eleição passada pelo PMDB disse ao Radar que desta vez estará mais cauteloso na escolha de um partido que não o transforme em bucha de canhão. “Não serei escada de ninguém”, disse.
Ele descartou o PMDB embora tenha muita amizade por Tadeu Filippelli, presidente do partido no DF.
O Prós do senador Hélio José, vive o mesmo dilema para montar a sua nominata com 48 candidatos. Muitos postulantes que gostariam de assinar a ficha de filiação estão dando um tempo por não terem a garantia de que o partido sairá da base do governo Rollemberg.
“Sou fiel a Hélio José, mas dificilmente ficarei no partido se ele continuar no colo do pior governo que o DF já teve”, reagiu o suplente de deputado distrital, Guarda Jânio.
Ele disputará a sua quinta campanha e disse ao Radar que desta vez não pode errar nas estratégias para sair eleito das urnas no dia sete de outubro.
Foi para o Pros depois que sentiu que o PRTB, partido pelo qual disputou em 2014 estava com dificuldades de arranjar 48 candidatos como exige a lei eleitoral.
No PR de Frejat e Arruda a situação é complicada para os candidatos que não desejam ser bucha de canhão. O partido tem o deputado distrital Bispo Renato e Agaciel Maia.
Além do mais, uma banda do Partido está dentro do governo Rollemberg, já que Agaciel é líder do governo de Brasília e controla várias administrações regionais.
O PSDB de Izalci, até sete de abril viverá uma incógnita sobre qual será o seu verdadeiro rumo. Uma banda dos tucanos está de bico e asa dentro do governo de Brasília.
Alguns pré-candidatos que assinaram a ficha de filiação podem migrar para outros partidos se o PSDB continuar em cima do muro e se vai ter uma candidatura própria ou não.
O presidenciável Geraldo Alckmin, terá que decidir oficialmente se o partido estará ou não com Rollemberg, o que deve ocorrer até o dia sete de abril.
Se não houver a batida do martelo, o deputado federal e pré-candidato ao Buriti, Izalci Lucas vai pular pela janela antes que seja tarde demais.
O PDT apesar de ter rompido com o governo Rollemberg, os novos candidatos que se filiarem, terão que saber que tem o deputado distrital Professor Veras que é um adversário competitivo.
Nestas eleições, o deputado distrital Joe Valle trabalha para estar dentro de uma chapa majoritária que esteja Jofran Frejat e a outra opção é disputar uma das oito vagas de deputado federal.
Apesar de o PDT querer Joe Valle disputando o Buriti, cauteloso, ele prefere repetir que existe uma fila e que não fará nenhuma aventura.
O PTB de Alírio e o DEM de Fraga não possuem filiados com mandato na CLDF. No entanto, pode abrigar até o dia sete de abril alguns deputados como, Rodrigo Delmasso.
E o PSB? O partido de Rollemberg que já perdeu antigos aliados como o PDT, PSB, PSD e Rede começa a sangrar internamente.
Nos bastidores corre a informação de que a deputada Luzia de Paula e o deputado Juareizão estão prontos para cair fora do Partido. Os chamados “históricos” nunca consideraram os dois parlamentares como socialistas de verdade.
Neste caso o administrador do Lago Sul Alessandro Paiva, que teve seis mil votos na eleição passada e o bombeiro Roosevelt Vilella, que em 2014 beirou dez mil votos, podem tirar vantagem.
O governador que tem dificuldades para se reeleger, vai transformar administradores regionais em bucha de canhão para eleger pelo menos um distrital e um federal. Vai também usar a máquina pública para comprar pequenos partidos só para não dizer que está abandonado.