Roberval Batista de Uzêda, de 52 anos, mais conhecido como Pai Uzêda, que virou babalorixá oficial de Michel Temer por tirar a macumba forte e todos os encostos que rondam o presidente da Republica está sendo contestado pelas federações e associações de Umbanda e Candomblé do país.
Embora se autointitule pai de santo, não há registro de que seja oficialmente reconhecido como sacerdote por estas instituições. A União de Tendas de Umbanda e Candomblé do Brasil e a Associação de Ritos e Cultos Ancestrais no Brasil (Arcan), por exemplo, informaram que desconhecem sua atuação como pai de santo.
“É uma figura folclórica que não é de hoje. Não é sacerdote reconhecido. Nenhum sacerdote sério agiria dessa forma. Fez uma coisa teatral. Se fosse sério, não falaria sobre recomendação espiritual a não ser que Temer fosse em uma consulta. Mesmo assim, do ponto de vista ético, não poderia tornar essa coisa pública”, critica o babalorixá Ivanir dos Santos, para quem a atuação de Uzêda prejudica a imagem das religiões de matriz africana.
“O espírita nasce espírita. Ele não precisa de federação, associação.Todo sensitivo pode estudar os orixás e receber as entidades. Deus me deu a oportunidade de alertar um presidente que está cheio de macumba. É claro que vou causar inveja e indignação. Respeito quem está me criticando, mas árvore que não dá fruto não leva pedrada”, afirma o babalorixá.
A ausência de reconhecimento de seus pares não impediu Pai Uzêda de ganhar os holofotes e circular por eventos e espaços nobres da política nos últimos anos. Ele garante que sempre foi bem recebido e que Temer, quando o viu, sentiu “firmeza”.
“Sou um pai de santo que procura se informar. Leio a constituinte, sei dos meus direitos. O Brasil é laico. Estava no meu centro quando recebi o convite de Romero Jucá (senador do PMDB por Roraima). Os políticos se protegem”, disse ele.
Pai Uzeda afirmou ainda que pretende oferecer seus serviços ao governo de Brasilia.