O governo Rollemberg se prepara para não deixar faltar nada a população a partir de janeiro do próximo ano, quando acontecem as eleições que irão eleger governador, senadores e deputados. Como candidato a reeleição, os projetos de interesse da sociedade, como LUOS (Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal) e o projeto de criação das Regiões Administrativas, ficarão guardados para serem aprovados no momento certo
Por Toni Duarte
Até campanha tipo “quem quer dinheiro”, o governador pretende fazer para ficar mais íntimo do povo. Vale tudo para se reeleger. A estratégia é velha e manjada. Só para lembrar, durante a desastrosa gestão petista, o então governador Agnelo Queiroz deixou para fazer algumas obras estruturantes e outras na área da habitação nos dois últimos anos de governo.
Também foi neste período que o governo petista deixou para fazer um afago ao funcionalismo público ao aprovar a lei5.192/2013 de reajuste salarial para 32 categorias de servidores. Agnelo pensou que poderia se reeleger. Não foi. Sentiu o gosto amargo da derrota no primeiro turno da campanha de 2014.
Agora o governador Rodrigo Rollemberg quer reeditar, na forma piorada, o mesmo caminho do seu antecessor e acredita que será reeleito por também acreditar que todo eleitor é burro.
Depois de botar o povo de joelhos e no chicote por três anos, por alimentar o sucateamento proposital do Sistema de Saúde Pública; por provocar o desmonte da Segurança e da Educação; por dizimar o setor produtivo e por humilhar centenas de famílias pobres derrubando suas casas e as deixando ao relento, o governador Rodrigo Rollemberg começa a fazer graça na tentativa de melhorar a enorme mancha da rejeição.
Para refrescar a memória
No início do governo, de cara, Rollemberg anunciou que não pagaria os reajustes salariais às 32 categorias de servidores e mandou arrochar quem fizesse greve por isto. Professores levaram paulada no lombo e pimenta no olho por protestar contra Rollemberg.
Para botar as mãos no dinheiro dos aposentados RR ameaçou parcelar salários, chamou sindicalistas de mentirosos por serem contra a aprovação do projeto que instituiu o novo sistema de previdência para servidores e acusou a categoria médica de estar “ganhando sem trabalhar” pelo fato de não aceitar o “PL Frankenstein” que entregou o Hospital de Base a uma Organização Social.
Rollemberg investiu milhões de reais nas operações da Agefis para derrubar casas da classe média (moradora dos condomínios que há mais de 30 anos espera pela segurança jurídica de suas moradias em áreas passiveis de regularização), bem como as casas de famílias pobres que moram em áreas de interesses sociais.
Além de humilhar, o governo que deveria regularizar, acusou os moradores de “bandidos, grileiros e invasores de terras públicas”. Até os advogados, que militam na defesa dos moradores, foram insultados como picaretas e estelionatários por Bruna da Agefis.
Rollemberg que fez rodas de conversas em 2014 prometendo fortalecer o setor produtivo, mas, no entanto, deixou todo mundo se lascar. Só no ano passado foram registrados no DF o fechamento de 2.562 empresas. Este ano pode chegar ao mesmo patamar.
A culpa está nos altos impostos cobrados pelo GDF bem como na burocracia do governo que atazana as vidas dos empresários que preferem migrar para outras regiões.
Porém, para permanecer no poder, o óleo de peroba passa ser o principal ingrediente a ser usado doravante por Rodrigo Sobral Rollemberg.
Sacos de bondades
Nesta terça-feira (31), o governo publicou no Diário Oficial o projeto de lei complementar (PLC) que define os limites das regiões administrativas do Distrito Federal. A proposta do Executivo local pretende delimitar e organizar as 31 regiões existentes.
Com a definição das poligonais, acabam as dúvidas quanto à área de atuação das administrações regionais, bem como sobre a prestação de serviços e as respostas do poder público à população. Tudo será aprovado até maio do próximo ano.
Na semana passada Rollemberg usou as redes sociais para anunciar uma antecipação salarial aos servidores do Executivo local. O pagamento referente a outubro que, seguindo o calendário normal, seria efetuado no 5º dia útil, será antecipado para dia 3 de novembro e anuncia que manterá dessa forma até o último dia de seu governo, caso seja reeleito, naturalmente.
Os milhares de pedidos de alvarás de construção devem ser liberados a partir de janeiro do próximo ano.
Os restaurantes comunitários fechados, voltarão a reabrir e estuda-se baixar o preço das passagens de ônibus a partir de junho de 2018.
Rollemberg também quer mandar distribuir pão e leite para a população pobre por meio da recém-criada Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, que será comanda pela ex-governadora Maria de Lurdes Abadia.
Fará mudanças na Agefis e na Terracap. Não haverá mais derrubadas nos condomínios e a lei federal 13.465, tão rejeitada pelo governo, será aplicada integralmente para regularizar áreas urbanas e rurais no DF.
Por fim, o governador que dizia que não iria lotear o seu governo, pretende escancarar as portas para todos que queiram se aliar. Tomará café na Casa da Joana no Pôr do Sol e tomará ao colo o filho da Maria na Estrutural. Como Agnelo, Rollemberg fará de tudo para ficar por mais quatro anos no Buriti. Só falta combinar com o povo.