Izalci (PSDB), Cristovam (PPS), Rosso (PSD) e Wanderley (PRB): quatro homens e até agora sem um destino. Desde a saída do PTB e do Patriotas do chamado grupo das “madalenas arrependidas”, quem permaneceu lá vive o dilema da incerteza e sente cheiro de traições. Izalci pode ficar com a brocha na mão. Saiba porquê
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Com o Brasil fora da copa, o senador Cristovam Buarque (PPS), o deputado federal Rogério Rosso (PSD) e o empresário Wanderley Tavares (PRB), não terão mais como adiar uma importante conversa: se permanece o apoio à candidatura do deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), pré-candidato ao Buriti, ou se caem fora em busca de outras alternativas que possam salvar as suas peles.
Do início do ano passado até agora, Cristovam que tenta buscar mais um mandato de oito anos no Senado, para continuar de costas para o povo do DF, já transitou por todos os grupos políticos.
Flertou com grupos de direita e se pendurou no pescoço dos de centro/direita por não contar mais com o apoio da esquerda que o elegeu nos seus dois mandatos de senador.
Já o deputado Rogério Rosso, está sendo pressionado pela direção nacional do PSD, para eleger, a todo custo, um deputado federal no DF. Que seja ele ou Renato Santana. Rosso prefere ser ele mesmo o candidato a tentar retornar para mais um mandato à Câmara Federal pelo seu partido.
Há quem diga que Cristovam, Rosso e o presidente do PRB, Wanderley Tavares, estão sem ânimo para marchar ao lado de Izalci Lucas e usam como justificativa a briga intestinal dentro do PSDB-DF, que acabou judicializando a pré-candidatura do tucano. Nenhum deles quer morrer no abraço de afagados.
Desde quando foi formado, em abril do ano passado, o grupo das “madalenas arrependidas” (apelido dado ao consorcio partidário cuja maioria ajudou a eleger o pior governador da história de Brasília), chegou a ter 13 partidos.
No entanto, se desmancha à medida que se aproxima as convenções partidárias que começam na segunda quinzena deste mês de julho.
O primeiro a deixar as “madalenas” foi o ex-distrital Alírio Neto, presidente do PTB-DF, por não ter sido o escolhido pelo grupo como pré-candidato oficial ao Buriti.
Alírio, que também havia saído do grupo de Frejat pelo mesmo motivo, acabou caindo como vice de Eliana Pedrosa (Pros).
Voltando ao caso das “madá”, partidos como o PRB e PSC, controlados pela Igreja Universal e pela Assembleia de Deus Madureira, estão com um pé fora da canoa furada, timonada por Cristovam e Izalci.
Tudo é muito óbvio a começar pelo ninho tucano.
Wanderley Tavares tem comentado que o PSDB-DF investiu na candidatura a governador e se esqueceu de montar uma nominata competitiva e que ajude arrancar votos para eleger Júlio Cesar, pré-candidato a deputado federal pelo PRB. O deputado federal Rogério Rosso faz a mesma avaliação.
Trocado em miúdo: Izalci quer ser carregado mas não fez nenhum esforço para ajudar os seus parceiros a eleger deputados.
O PSDB-DF tem apenas como pré-candidato a deputado federal Paulo Roriz, que se tornou o coveiro-mor da pré-candidatura de Izalci e conseguiu enterrar a dele própria.
Os candidatos a distrital pela legenda estão desestimulados após o estabelecimento de uma regra que prioriza apenas o candidato que tem dinheiro para botar na campanha.
Os sem-grana, nem cartãozinho terão. O dinheiro do fundo partidário é para fazer a campanha do chefe e fim de papo.
Em maio passado, Cristovam, que se revelou como líder do grupo, fez um gesto: anunciou o nome de Izalci para concorrer ao comando do GDF.
Em seguida fez outro gesto contrário: recuou em nome do imbróglio jurídico que torna insegura, segundo o senador, o projeto majoritário do PSDB.
De lá para cá foram muitos vai-e-vem que enche de incerteza a pré-candidatura tucana ao governo do Distrito Federal.
Enquanto Izalci assistia o Brasil na Copa, Rosso (PSD), Cristovam (PPS) e Wanderley (PRB) pulavam a cerca por diversas vezes e como “madalenas” se jogaram em outros braços e abraços.
Agora o jogo acabou. O Brasil perdeu para Bélgica. O destino das “madalenas” terá que ser definido. Izalci será mesmo candidato a governador? Cristovam se reelege? Rosso, Júlio Cesar…? Só as urnas dirão.