A casa de um correligionário no Park Way, ficou pequena para acolher um movimento encabeçado pelo senador Izalci Lucas, o senador Reguffe, a deputada federal Paula Belmonte e alguns distritais da base do governo Ibaneis Rocha. A reunião do grupo, que ocorreu, ontem, domingo (02), teve o objetivo de conversar “entre amigos” e construir, desde já, uma chapa com vistas as disputas eleitorais de 2022
Por Toni Duarte//RADAR-DF
A briga ocorrida durante um evento na sexta-feira passada (31), no Memorial JK, provocada pela deputada federal Paula Belmonte que foi ao ataque contra a deputada federal Flávia Arruda(PR) e contra a primeira-dama do DF Mayara Noronha, foi um pretexto para o surgimento declarado de um grupo opositor ao governador Ibaneis Rocha.
O senador Antonio José Reguffe, até hoje sem partido e mantendo o seu velho, manjado e único discurso contra os impostos dos medicamentos, fez um pacto de que irá disputar novamente a reeleição de senador em 2022 e não para governador.
Assim sendo, ele é o parceiro preferencial para compor a chapa majoritária do senador Izalci Lucas que teve dificuldades dentro do seu próprio partido de disputar o Buriti em 2018.
Para os aliados mais próximos do senador tucano, a situação agora é outra e bem mais animadora já que o PSDB está sob controle no DF.
Izalci é o presidente da legenda e tem o apoio total para o projeto futuro do governador de São Paulo, João Dória que deve ser o candidato do PSDB à presidência da República.
Voltando ao caso do “piti”, dado por Paula Belmonte, há quem sustente que ela foi até o evento de lançamento do programa do governo federal Criança Feliz, ocorrido no Memorial JK, que contou com a presença do governador Ibaneis Rocha com o propósito de avisar, por meio de um ataque de fúria, que a oposição contra o governo do DF estava declarada.
O Radar apurou que Paula Belmonte, que é mulher do milionário advogado Luís Felipe Belmonte e primeiro suplente do senador Izalci Lucas, será a vice na chapa tucana de 2022.
Por falar em Luís Felipe Belmonte ele foi o segundo maior doador para campanhas de candidatos no Distrito Federal em 2018: distribuiu R$ 3.297.500 para 30 pessoas.
Com R$ 65.773.659,50 de patrimônio declarado, Luís Felipe Belmonte foi o terceiro mais abastado entre os concorrentes a cargos eletivos no DF.
Em grana só perdeu mesmo para Fernando Marques (Solidariedade) que disputou o Senado na chapa de Rogério Rosso e para Ibaneis que também é advogado e agora governador do DF.
A mulher de Luís Felipe, foi eleita deputada federal pelo PPS com 46.069 votos.
De acordo com a prestação de contas, feita ao TSE, a então desconhecida candidata, que morava na Inglaterra, gastou R$ 2.432.500 para conseguir o mandato.
A presença de ao menos três deputados distritais, que juram ser da base do governo Ibaneis, revela que na política fidelidade canina não existe.
Com a saída de Paula Belmonte da base de Ibaneis quem agora sobrevoa a área com as garras afiadas é a deputada federal Bia Kicis (PSL).
Sentindo-se abandonada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, Bia costura alguns entendimentos no Palácio do Buriti em busca de cargos para alimentar seus apoiadores.
A conversa inicial permitiu que ela conseguisse emplacar a suplente de distrital Kelly Bolsonaro na vaga do deputado distrital Daniel Donizete que foi ser administrador do Gama pelas mãos do governador.
O segundo passo de Bia Kicis, que por sinal já está bem avançado, é receber de porteira fechada a Administração Regional de Samambaia, além de uma Secretaria de Estado.
Ela está de olho na Educação, um território que ainda está sob controle de Paula Belmonte.
Embora as eleições estejam longe para a população do DF , que ainda sofre com problemas graves, em vários setores do serviço público, a exemplo da saúde, no entanto a classe política do DF parece ter perdido a noção e ainda não desceu do palanque das eleições ocorridas em outubro do ano passado.
É lastimável!