Desde que assumiu o posto de ministro da Justiça e Segurança, o senador eleito Flávio Dino(PSB), e ex-governador do Maranhão, se tornou a figura mais visível em meio aos holofotes da Esplanada dos Ministérios.
O tempo de aparecimento do ministro nos noticiários da imprensa brasileira e internacional, começa a ofuscar a própria imagem do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva(PT), que tem aparecido pouco em relação ao seu ministro.
O clima tenso irrompido na capital federal, desde a diplomação do então presidente eleito, que culminou com a invasão da sede central da Polícia Federal, eté a ocorrência do vandalismo violento, registrado no último domingo(08), contribui para a grande exposição midiática de Dino.
A desenvoltura de Dino já incomoda Fernando Haddad, nome que o PT estaria apostando para ocupar a cadeira de Lula, em 2026, caso o presidente cumpra a palavra que não irá para a reeleição.
Enquanto o ministro Flávio Dino vira celebridade, gestado por um bem montado e articulado esquema midiático, sustentado, pela Secretaria de Comunicação do Governo do Maranhão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, absorve os primeiros desgastes do governo petista.
Na quinta(12), ao anunciar o pacote de medidas do governo para equilibrar as contas públicas, Haddad disse não garantir que o governo elevará o salário-mínimo para R$ 1.320 neste ano, promessa de campanha de Lula.
Quem mais se incomoda com o meteórico crescimento político de Flávio Dino, nestes 14 dias que ocupa o cargo de ministro do governo Lula, é a base petista do DF.
O ex-tesoureiro do PSB, e seu fiel escudeiro Ricardo Capelli, designado como interventor de todo o sistema de Segurança Pública do DF, estaria nadando de braçada na estrutura do governo local.
É quase certo, quando terminar a intervenção, o ex-secretário de Comunicação do governo do Maranhão e atual “número 2” do ministro da Justiça, terá em postos chaves da Segurança Pública pessoas de sua confiança.
Fica cada vez mais claro, que o sistema de segurança da capital federal, que deveria ser da total confiança de quem governa o Distrito Federal, é um setor que atende a outros comandos e onde o governante, seja ele qual for, é quem menos manda.
Isto porque a segurança pública da capital da República sempre esteve apeada por grupos influentes do governo da União, de onde sai o dinheiro do Fundo Constitucional que banca todo o sistema e vai permanecer assim, por todo sempre.
Ibaneis foi vítima do dantesco caso de ataques ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.
Foi enganado, sabotado e ainda afastado do cargo, sem direito a defesa, por uma canetada monocrática, mesmo tendo sido eleito pela ampla maioria do povo brasiliense no 1º turna de uma eleição.
Nos quatro anos do governo Bolsonaro, as cabeças de comando do sistema de segurança do DF passaram por influências da direita bolsonarista.
Não que Ibaneis quisesse de livre e espontânea vontade, mas por livre e espontânea pressão.
Agora, os próximos quatro anos do governador, ora afastado, a Segurança Pública estará a outros controles.
Petistas que vão para a porta do Buriti, xingar e pendido impeachment de Ibaneis, correndo o risco de também ser enquadrados como “terroristas” caminha sem espaço no governo Lula.