Caso se concretize a federalização de partidos de esquerda, que reunirá o PT, PSB, Psol, PC do B e PV pode enterrar de vez, a candidatura do senador José Antônio Reguffe ao Governo do Distrito Federal. Também pode atrapalhar ainda, caso ele opte pela reeleição.
A ida do juiz Sérgio Moro para o Podemos, partido de Reguffe, para disputar a presidência da República, tornou-se o primeiro obstáculo no projeto do senador brasiliense que sonha com a cadeira número 1 do Palácio do Buriti.
Desde a sua primeira eleição, como deputado distrital, Reguffe sempre teve identificação política e eleitoral com partidos de esquerda.
A última dele, em 2014, foi eleito a senador pelo PDT que fez aliança com o PSB do ex-governador Rodrigo Rollemberg.
Junto a Moro, que é de direita, o senador de Brasília terá uma eleição comprometida, já que o eleitorado do ex-juiz virá de uma parte que ajudou a eleger Jair Bolsonaro, em 2018, e que agora se volta contra o “mito”.
A candidatura Moro seria a única opção para aqueles que odeiam candidatos da esquerda.
Em uma análise mais fria da situação, Reguffe não terá nenhum voto da direita dividida.
Apoiadores de Reguffe confessam ao RadarDF, que o senador tem pensado muito em desistir do seu projeto ao governo do Distrito Federal.
Segundo ainda seus apoiadores, todos estão incomodados de fazer palanque eleitoral em Brasília para o ex-juiz, em prejuízo ao próprio Reguffe.
Isto porque, segundo eles, o eleitorado de esquerda, que ajudou sempre a eleger o senador, desta vez pode virar-lhe as costas por odiarem o ex-chefe da lava jato que botou Lula e outras figuras de proa petista, na cadeia.
Para completar o tormento político, que abala Reguffe, é a provável federalização dos partidos de esquerda, costurada pelo PT, que tem Lula como candidato à presidência e que lidera as pesquisas de intenção de votos realizadas até agora.
Na sexta-feira (17), a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), apresentou uma proposta de federalização partidária ao diretório nacional petista.
A proposta de Hoffman inclui, além do PT, o PSB, PCdoB, PSol e PV.
Dizem ainda que, naufragando a candidatura de Ciro Gomes, para o Planalto, o PDT de Carlos Lupi pode também fazer parte do consórcio.
Ciro Gomes está no olho de um furacão investigado pela PF que envolve esquema de propinas na construção do estádio Castelão em Fortaleza, capital do Ceará.
Vendo por esse ângulo, que vem sendo acompanhando pelos pretensos candidatos ao Buriti, a situação do senador Reguffe não é nada cômoda.
O argumento é de que o Podemos, em Brasília, será uma legenda solitária incapaz de construir uma aliança para a disputa majoritária.