O deputado distrital Fábio Félix (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), demonstrou a sua indignação contra uma clínica de recuperação de dependentes químicos no Lago Oeste, o que ele considerou como “uma verdadeira masmorra que tortura pacientes com violações graves contra os direitos humanos”.
Em sete anos à frente da Comissão de Direitos Humanos da CLDF, o parlamentar afirma nunca ter visto tantas violações à dignidade humana, superando até horrores presenciados em presídios e no sistema socioeducativo.
Para Fábio Felix, a superlotação da clínica, com mais de cem pessoas em um espaço para 60, além da falta de profissionais como enfermeiros e psicólogos, e internações compulsórias sem ordem judicial configuram cárcere privado, agravando a crise no atendimento a vulneráveis.
Ele criticou práticas absurdas, como atendimentos psiquiátricos por telefone a R$ 300, sem acompanhamento presencial qualificado, e destacou que o descaso transforma o que deveria ser recuperação em desumanização.
“A situação era tão grave que um delegado presente decidiu pela prisão dos três responsáveis pela instituição, que foram detidos em flagrante devido à falta de condições adequadas de tratamento”.
Félix enfatizou que muitos familiares desconheciam a realidade sofrida por seus entes queridos e lembrou que o Instituto Libertas já havia sido alvo de investigações anteriores, após um incêndio em uma filial no Paranoá.
“Era visível que a situação ali era insustentável”, afirmou. Ele disse que a fiscalização, além de resultar na prisão dos responsáveis, promoveu a transferências dos pacientes para outras instituições adequadas.
O deputado alertou para a necessidade de mecanismos de fiscalização mais rigorosos, criticando a inação de órgãos como o Conselho de Drogas.