O compromisso irreversível de ser candidato ao Buriti, ainda que seja apenas para fazer palanque ao pré-candidato a Presidência da República Geraldo Alckmin, pode colocar um ponto final na queda de braço travada entre o deputado federal Izalci Lucas e o governador Rollemberg pela disputa do PSDB- DF. O risco de o partido caminhar rachado e transformar Izalci no “Luiz Pitiman da vez” pode acontecer.
Por Toni Duarte
Até um dia antes da realização do XIV Congresso Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), ocorrido na última quinta-feira (01/03), em Brasília, e segue até o dia 03 de março, o governador de São Paulo estava tendente a deixar o PSDB local definitivamente no colo do governador Rodrigo Rollemberg.
No entanto, a inclinação do PSB nacional, partido do governador Rodrigo Rollemberg, por partidos da esquerda como o PT e Rede nas eleições desse ano, teria sido o motivo para que o pré-candidato a Presidência da República e presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, desse uma espécie de “meia volta, volver!”.
Apesar dos convites feitos pelo próprio governador Rodrigo Rollemberg e Maria de Lourdes Abadia, para participar da abertura do encontro do PSB, o presidenciável tucano preferiu não botar os pés por lá.
Desde o ano passado, o governador manobra nos bastidores para garfar o PSDB-DF e, para isso contou com a ajuda do vice-governador de São Paulo, Marcio França (PSB) e da tucana Maria de Lourdes Abadia, aquinhoada por Rollemberg com a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos onde está abrigada a banda do PSDB contrária a candidatura de Izalci Lucas.
Izalci afirmou ao Radar, que a pendenga política que envolve o PSDB local, será definitivamente resolvida na próxima quarta-feira, (08/03), quando será realizada a reunião da executiva nacional do partido, que irá definir as candidaturas próprias existentes nos Estados, o que inclui também o Distrito Federal.
“O governador Alckmin estava com a informação passada por Rollemberg e por Abadia de que eu anunciava ser candidato a governador, mas que lá na frente eu abriria mão da candidatura. Eles mentiram”, afirmou Izalci.
O deputado disse ainda, que reafirmou a sua posição diretamente ao próprio Alckmin na quinta-feira passada de que é candidato ao Buriti e que só fará uma coligação de interesse do PSDB nacional, desde que não seja com Rollemberg.
A ausência de Alckmin na reunião do PSB, ocorrida nesta semana em Brasília, segundo a avaliação de Izalci, é um sinal claro que o presidente nacional do seu partido não deseja uma aproximação com o partido de Rollemberg.
“Essa batalha nós vamos vencer”,prevê Izalci.
A história se repetindo
Em 2014, o candidato ao Buriti pelo PSDB, era o ex-deputado federal Luiz Pitiman . Para conseguir ser indicado como candidato pelo partido, o ex-parlamentar teve de enfrentar uma briga interna contra adversários ferrenhos como, Izalci Lucas e Marcio Machado.
Na época, Izalci Lucas também queria ser o candidato a governador e o maior interessado na briga era o candidato a presidência da República Aécio Neves, que optou pela candidatura de Pitiman.
Atualmente, não tem Pitiman no caminho de Izalci, mas tem Maria de Lourdes Abadia, secretária de Assuntos Estratégicos do governo Rollemberg.
Abadia e Rollemberg que lutam pela sua reeleição, mesmo sem o controle da legenda, financiam uma penca de tucanos que fazem parte da “boquinha” do governo para detonar as pretensões de Izalci.
Tal como Aécio, ex-presidenciável de 2014 pelo PSDB, Geraldo Alckmin, o presidenciável de 2018, não se interessa pela briga local do partido . Ele exige um palanque e Izalci teve que prometer, mesmo que vá ao sacrifício e fique sem mandato, como o ex-deputado Luiz Pitiman. Ao final de cada eleição, quem fica bem na fita é sempre, Maria de Lourdes Abadia.