O primeiro dia da semana foi marcado por movimentação e aborrecimento pelo menos para o ex-governador José Roberto Arruda em decorrência do lançamento pelo Partido da República (PR), da pré-candidatura do médico Jofran Frejat ao governo do DF
Por Toni Duarte
O jogo político no DF foi obrigado a sair do marasmo com o lançamento oficial da pré-candidatura de Jofran Frejat, ocorrida no último sábado (20), ao governo do Distrito Federal para as eleições de outubro deste ano.
A declaração de Salvador Bispo, presidente do PR, ao afirmar ao Radar que a pré-candidatura de Frejat é “irreversível” teria mexido com o ego do ex-governador José Roberto Arruda que não foi ao evento do PR.
Nos bastidores, Arruda não teria gostado do seu partido ter-se antecipado ao lançamento da candidatura do médico e ex-deputado federal por cinco mandatos, por contrariar algumas estratégias que ele vem costurando silenciosamente.
A movimentação do “careca” pelas vias não convencionais foi destaque do conceituado blog Rádio Corredor: “Arruda, ligações e férias interrompidas”, publicou o jornalista Odi Ribeiro nesta segunda-feira.
Arruda articula para ser ele próprio, o candidato a governador pelo PR, partido que controla no DF. O ex-governador, que em 2014 teve a candidatura barrada por sucessivas condenações judiciais com base na Lei da Ficha Limpa, acredita que pode conseguir, mesmo condenado em 2ª instância, se inscrever junto ao Tribunal Superior Eleitoral para disputar as eleições desse ano.
Saiba por quê
O olhar de Arruda se volta nesta quarta-feira (24/01) a Porto Alegre, para acompanhar o desfecho do julgamento de Lula, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decide sobre o destino do ex-presidente.
O ex-governador do DF, pegaria uma carona jurídica articulada pelos advogados de Lula que garantem mesmo que o resultado seja desfavorável, por uma eventual condenação, o ex-presidente teria a possibilidade de disputar a corrida ao Planalto ainda que sub judice.
Arruda está apegado a um parecer encomendado pelo PT, pelo jurista Luiz Fernando Casagrande Pereira, que aponta em caso de condenação em segunda instância, o ex-presidente pode judicializar a questão da Lei da Ficha Limpa e concorrer à presidência nas eleições deste ano.
Arruda estaria propenso ser candidato de qualquer jeito e por isso teria botado o pé em cima do nome de Frejat como candidato a governador. Se não for ele, segundo os bastidores a candidata do PR seria Flávia Arruda, mulher dele, menos Frejat.
Fontes nos informam que o ex-governador teria proposto, no final do ano passado, uma aliança, com o pré-candidato ao Buriti, Alírio Neto (PTB). Nesta composição Jofran Frejat teria espaço para concorrer pelo PR a uma vaga de senador.
No adágio popular o que não é combinado, sai caro. As articulações silenciosas de José Roberto Arruda, chegaram aos ouvidos dos vários partidos que viram a oportunidade de lutar pelo passe político de Frejat que na eleição de 2014 como candidato ao Buriti arrebatou nas urnas 44,44% dos votos válidos.
As investidas para fisgar Frejat, teria sido o principal motivo de Salvador Bispo, presidente do PR-DF e da Executiva Nacional do Partido da República, optarem pelo start urgente do lançamento da pré-candidatura de Jofran Frejat ao governo em um concorrido ato que ocorreu no último sábado na cidade satélite de Sobradinho.
Por não ter mais como segurar um dos melhores nomes capaz de derrotar Rodrigo Rollemberg nas urnas, o presidente do PR Salvador Bispo, disse que agora “a pré-candidatura Frejat Governador é irreversível”. Arruda pirou!