Sem ter sido uma única vez candidato a cargo eletivo, a filiação do advogado e ex-presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, ao PMDB-DF, na semana passada, encheu de temor alguns caciques do seu próprio partido e de outras legendas que compõe o grupo de onze partidos que deveria estar unido para derrotar Rollemberg nas próximas eleições
Por Toni Duarte
O direito democrático e legítimo de Ibaneis Rocha de ingressar na política brasiliense, como candidato em 2018, pelo PMDB de Filippelli, revelou de forma explícita, um dos mais fascinantes dos pecados que atacam os políticos profissionais e doidos pelo poder: a vaidade.
O ego que corre de forma silenciosa, entre os principais dirigentes partidários que se lançaram como pretenso candidatos ao Buriti e que fizeram pacto de união para derrotar Rodrigo Rollemberg, salta aos olhos com declarações de alguns caciques como a que externou o secretário-geral do PMDB, o distrital Wellington Luiz.
Ele ameaça inclusive deixar a legenda caso Ibaneis Rocha tenha um assento na janela principal da nominata majoritária. Wellington sonha ser vice de alguém que seja viável a se tornar governador.
Aí vem a pergunta: Por que tanto medo de Ibaneis Rocha, dono, até agora, do seu único voto, e que por tanto não pode fazer parte do tal seleto grupo como a vaidade de alguns deixa transparecer?
Por que tanto reclamam da filiação de um marinheiro de primeira viagem, desconhecido do eleitorado do DF, cuja chegada ao PMDB para se tornar candidato de todos equivale a mesma distância entre o Sol e a Terra a ser percorrida?
Na verdade, por trás das vaidades, há uma especie de briga de foice no escuro.
Há quem diga que o principal motivo é o dinheiro que o ex-presidente da OAB estaria disposto a desembolsar para galgar um lugar na janela do ônibus eleitoral. Reclamam de um “jogo desigual” entre o que tem a grana, no caso o Ibaneis, e aqueles que irão depender da pouca ajuda financeira do bolo partidário.
O jogo da vaidade não é exercido unicamente contra Ibaneis taxado como um sem voto. O ego dissimulado cresce até mesmo contra o médico Jofran Frejat o qual é tido como um “velho” e “cansado”, embora ele apareça em todas as pesquisas como um imbatível entre todos os pretensos candidatos a governador.
O probo e ficha limpa Jofran Frejat, que não é um principiante na política brasiliense, que já foi deputado federal por cinco vezes e um dos maiores gestores do sistema de saúde do DF costuma responder ao fogo amigo: “sou velho, mas não velhaco”.
Com muita tranquilidade, Jofran Frejat, dono de um recall dos 649.587 mil votos, auferidos na eleição passada, deixa claro que não irá brigar ou fazer cabo-de-guerra para ser o candidato “a isso ou aquilo” em 2018. Isso é que é humildade.
A continuar este poço de vaidades entre os pretensos candidatos a governador em 2018, da chamada “direita brasiliense”, o resultado é implodir o “grupo dos onze” que reuni grandes partidos como PMDB, PTB, PP, DEM, PR e PSDB. Quem vai gostar de tudo isso é Rodrigo Rollemberg. Estou certo, ou errado?