O governador do DF Ibaneis Rocha, pode virar o presidente nacional do MDB que passa por um processo de renovação após a prisão do ex-presidente Temer, ocorrida na semana passada. Além do próprio Temer que já se encontra solto, o ex-presidente José Sarney e o ex-senador Romero Jucá que é o atual presidente do partido, sentem a necessidade de renovação da legenda. Entre Helder Barbalho, Renan Filho e Paulo Skaf, o nome de Ibaneis é um dos mais fortes
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Com 10.700 vereadores, 1.030 prefeitos, 750 vice-prefeitos, eleitos em 2016 , além de 180 deputados estaduais, 34 federais, 13 senadores e três governadores eleitos em 2018, é dessa força política, que leva o nome de Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que o governador Ibaneis Rocha trabalha diuturnamente para se tornar o presidente nacional da legenda.
Durante uma entrevista no programa “É Notícia” da Rede TV, levada ao ar na última quarta-feira (27), governador Ibaneis disse que o partido já passa por mudanças no seu Código de Ética para prever situações como as que levaram membros do partido à prisão.
Quando o avião, modelo executivo King Air, de propriedade de Ibaneis, decolou do Rio de Janeiro com o ex-presidente Michel Temer, que deixava na segunda-feira passada (25), a corregedoria da Policia Federal em direção a São Paulo) , havia por trás do nobre gesto do governador do DF muitos outros motivos.
O primeiro deles é que Ibaneis, que também é advogado, e já foi presidente da OAB-DF, não concorda com prisões que ele considera arbitrária como a que aconteceu com o ex-presidente da República, Michel Temer, um dos maiores caciques do MDB. “Foi uma afronta a lei”, reagiu Ibaneis.
O presidente Temer sempre esteve à disposição do judiciário e do Ministério Público e a prisão dele foi um escracho contra a classe política.
Ele disse que qualquer estagiário de direito ao ler a decisão que mandou prender Temer, constata não ter qualquer fundamentação jurídica.
“A prisão do presidente Temer foi um grande absurdo. Eu li o decreto de prisão que não tem um fato novo. Pegar um homem público como o presidente Temer, saindo de sua casa para o seu trabalho no escritório de advocacia, ser parado no meio da rua com um policial com um fuzil na mão como se estivesse tratando com um traficante, isso é abuso de autoridade”, disse Ibaneis.
Apesar de não concordar com a prisão absurda de Michel Temer, Ibaneis também não concorda que o MDB, partido pelo qual disputou as eleições do ano passado se elegendo governador do Distrito Federal, continue sendo controlado por notórias figuras do passado.
“Temos que passar o partido a limpo. Não dá para conviver dentro de um partido ao lado de um camarada que foi pego com 56 milhões de reais, estocados em malas, como é o caso de Gedel Vieira Lima. Tem ainda Eduardo Cunha, Sérgio Cabral que já deveriam ter sidos expulsos”, sustenta ele.
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Com um bom trânsito dentro da cúpula nacional do MDB, Ibaneis Rocha conta com o apoio de Sarney, de Romero Jucá e do próprio Temer para comandar o partido.
Todos já falam abertamente em passar o bastão ao correligionário debutante da política. Ibaneis Rocha já está com cara e posse de presidente.