O resultado das eleições de 2014 mostrou que Reguffe foi eleito senador pelo Distrito Federal com mais votos do que o então governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB).
Distante do povo, o senador sem partido pode encontrar dificuldades para se reeleger ou concorrer ao Buriti nas próximas eleições.
Aliados do senador Reguffe acreditam que o seu projeto, que impõe o fim do imposto sobre medicamentos, possa continuar em 2022 causando o mesmo efeito que lhe tornou um campeão de votos nas eleições de 2010 e 2014 e que o levou da Câmara Federal para o Senado com exatos 821.715 votos, bem mais do que os votos recebidos pelo então governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) naquela eleição.
Apesar do governo Ibaneis estar apenas sete meses no poder, políticos como Izalci Lucas (PSDB), Leila do Vôlei (PSB) e José Antonio Reguffe (sem partido) nunca deixaram de se movimentar de olho em 2022.
Dos três senadores, Reguffe é o único que terá que se esforçar em dobro para não ficar sem mandato na próxima eleição.
Os experientes da política avaliam que o discurso de Reguffe está velho e manjado e que já não convence mais o seu eleitorado que cansou de esperar pelos baixos preços dos medicamentos que nunca se tornaram uma realidade.
Desde a Câmara Federal até o Senado, Reguffe já fez mais de 300 pronunciamentos sobre o mesmo tema, mas ninguém dá ouvidos.
Outro problema que será enfrentado pelo senador é a busca por uma legenda.
Após ter sido eleito em 2014, Reguffe pediu a desfiliação em 2016 do Partido Democrático Trabalhista (PDT) por discordar que a legenda possuísse ministérios no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em 2018, Reguffe recusou um novo convite do PDT para voltar a se filiar com o objetivo de garantir palanque no DF à candidatura de Ciro Gomes ao Palácio do Planalto.
Nos últimos três meses o senador tem feito uma maratona batendo de porta em porta dos partidos que abrem mas exigem contrapartidas. Partido como o PC do B e PDT, por exemplo, que perderam a “boquinha” dentro da máquina pública da União fazem a exigência de cargos no gabinete do senador brasiliense para abrigar os aliados.
Desde o primeiro dia de mandato, Reguffe tem mantido a promessa de redução de cargos.
Conta com apenas 12 assessores quando tem direito a ter 55 funcionários em seu gabinete, além do uso da verba para contratar mais gente se desejar. Os partidos sabem disso e sabem ainda que na politica a divisão do bolo é uma regra.
Ainda que arranje um partido, para encabeçar uma candidatura majoritária no DF em 2022, José Antonio Reguffe vai penar para construir uma aliança partidária onde todos se esforçarão para vê-lo no pódio sem que recebam nada em troca. Será que ele vai conseguir?