Um ato assinado pela Coordenadoria da Polícia Legislativa, por determinação da Mesa Diretora, proíbe a entrada de cidadãos trajando shorts, chinelos ou bonés nas dependências da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A medida visa afastar do legislativo, pessoas pobres da periferia de Brasília que circulam na Câmara diariamente em busca de ajuda
A portaria preconceituosa que restringe a entrada das pessoas mais pobres nas dependências do suntuoso prédio da Câmara Legislativa está em vigor desde o dia 1 de junho. O único a se manifestar contra a medida foi o distrital Ricardo Vale ao criticar a mesa diretora da Casa em discurso nesta quarta-feira (07).
“Essa medida é um ato preconceituoso e extremante conservador que humilha ao impedir que o cidadão do segmento mais pobre da sociedade, que não pode se vestir de outro jeito, tenha acesso ao legislativo. Isso é uma intimidação aos jovens. Dessa forma a Câmara Legislativa se distância muito mais da população”, disse Ricardo Vale ao pedir a revogação do ato.
Medidas como essa é que fazem sete em cada dez brasilienses desaprovam a Câmara Legislativa, conforme revelou uma recente pesquisa do Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP).
Em 2016, o desempenho da Câmara era negativo para 57% da população. Esse ano o percentual subiu para 67% com o descontentamento popular contra a Câmara. Segundo ainda a pesquisa apenas 23% da população julga regular o trabalho dos distritais, enquanto somente 7% dos brasilienses avaliam positivamente as decisões do Legislativo.
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