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CPI do “Falso Negativo” se transforma em palaque político e pode atrapalhar investigações

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A instalação de uma CPI  na Câmara Legislativa do Distrito Federal, começa a dividir,  novamente, parte dos  13 deputados distritais que assinaram o requerimento pela  sua criação.

Apesar de faltarem ainda dois anos para as eleições de 2022 e com o DF  passando por  uma grave pandemia, que já matou milhares de pessoas aqui e no mundo, o jogo político eleitoreiro começa a ser desenhado dentro da Câmara Legislativa com o olhar voltado para o Palácio do  Buriti.

Por trás da movimentação política em torno da instalação de uma CPI vai muito além das ditas “preocupações” dos políticos com os supostos  danos causados por um suposto  esquema de fraudes em contrato de compras de testes rápidos pela Secretaria de Saúde.

A CPI, caso seja de fato instalada, estará mais para  atrapalhar as investigações do MP, no âmbito da operação “Falso Negativo”, do que ajudar qualquer coisa.

CPIs  instaladas na CLDF, historicamente, nunca apuraram absolutamente nada ou levou algum corrupto para a cadeia. Isso é fato.

Ao contrário: serviram apenas para embaraçar, atrapalhar ou “melar” as reais investigações feitas pelo Ministério Público.

Apurações realizadas pelo legislativo vazam ao gosto de quem comanda uma comissão parlamentar de inquérito.

O vice-presidente da Câmara Legislativa, Rodrigo Delmasso, é critico ao afirmar, por exemplo, que a CPI assinada pelos 13 distritais pode atrapalhar as investigações que estão em curso pelo  Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)

“O MP já vêm fazendo essas investigações de forma técnica, responsável  e muito bem aprofundada. Fazer qualquer outra coisa paralela ao que o Ministério Público já vem fazendo pode  atrapalhar as investigações”, diz Delmasso.

O deputado se refere às investigações no âmbito da terceira fase da operação Falso Negativo do MP, deflagrada no último dia 25 passado, que apura um suposto esquema de fraudes na compra de testes rápidos pela Secretaria de Saúde do DF.

Mas isso são meros detalhes no meio da intensa movimentação política que sacudiu a Câmara Legislativa nas últimas duas semanas.

Ninguém está nem aí para apurar alguma coisa. Fazer da CPI um palaque eleitoreiro é a prioridade da oposição.

Candidatos declarados ao Buriti, como os senadores  Izalci Lucas (PSDB), Leila do Volei (PSB) e José Antônio Reguffe (PDT), marcharam sobre os distritais pedindo a instalação de um show que custa caro e sem resultado prático para a população.

Alguns distritais governistas como Jaqueline Silva (PTB), que é dona de centenas de cargos na Administração Regional de Santa Maria, se acanhou diante da pressão feita pelo ex-presidiário Roberto Jefferson, dono do  partido.

Daniel Donizete(PL), que domina de porteira fechada a Administração Regional do Gama, também assinou a CPI.

Quem assinou e quem está por trás do oba, oba não fala. A CPI é pirotecnia eleitoreira que servirá apenas para jogar luz em cima de uma disputa antecipada pelo poder.

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