A foto de um grupo de oficiais em reunião com o ex-secretário de saúde e pré-candidato ao Buriti Jofran Frejat, dentro do Diretório do PR-DF, chegou ao conhecimento do governador Rodrigo Rollemberg na velocidade do whatsapp antes mesmo do fim do encontro, ocorrido na manhã de quarta-feira da semana passada. Quatro dias depois de intensas reuniões no Buriti, seis oficiais, todos do Corpo de Bombeiros, foram exonerados. Um sétimo oficial da PM, que teria o mesmo destino, foi poupado da guilhotina
Por Toni Duarte//RADAR-DF
A arapongagem se estabeleceu dentro do pesado jogo político brasiliense nestes quatro meses que faltam para o início da campanha das eleições desse ano.
Denúncias nesse sentido corre dentro de grupos fechados compostos por oficiais da PM e do Corpo de Bombeiros e da Policia Civil. Há quem diga que um dos candidatos mais vulneráveis à espionagem é o médico Jofran Frejat (PR), por liderar todas as pesquisas de intenção de votos como pré-candidato a governador do Distrito Federal.
Frejat está na mira de supostos infiltrados que seriam os olhos e ouvidos do palácio do Buriti.
Ainda nem bem havia terminado o “café-encontro com Frejat”, ocorrido na manhã de quarta-feira da semana passada, na sede do PR, a Casa Militar do Governo Rollemberg já sabia os nomes e sobrenomes dos oficiais da PM e do Corpo de Bombeiros do DF, além de agentes da Policia Civil presentes ao encontro com o pré-candidato.
A lista entregue ao governador Rodrigo Rollemberg era grande. Eram mais de 20 pessoas ligadas as forças de segurança.
Um coronel PM foi poupado, na última hora de entrar na lista dos exonerados, diante dos apelos feitos pelo Chefe da Casa Militar Márcio Pereira, para evitar o aumento de rejeição contra o governo que já é bastante grande dentro da robusta tropa.
No entanto, os seis oficiais do Corpo de Bombeiros não escaparam da canetada do governador. Foram exonerados sem justificativa.
A deputada Celina Leão (PP), Wellington Luiz (MDB) e Raimundo Ribeiro (MBD), assinaram um requerimento conjunto, na última quarta-feira, que pede a convocação do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros para explicar os motivos das exonerações.
Os deputados distritais suspeitam que o chefe do Executivo esteja usando a máquina pública para intimidar e promover a perseguição política a quem não comunga com o seu governo, prática muito comum em ano eleitoral, período que é decretada caça às bruxas dentro da estrutura governamental.
As exonerações publicadas na última terça-feira (24/04), dos militares que estavam com Frejat, pode ser apenas o começo de uma guerra silenciosa, camuflada e subterrânea capaz de gerar informação e a contra-informação para abater qualquer pré-candidato que ameasse derrotar nas urnas o governador Rodrigo Rollemberg, candidato a reeleição.
Jofran Frejat se tornou o principal alvo por causa do seu crescimento eleitoral e pelo prestígio que vem amealhando entre os os quase 20 mil profissionais que formam as forças de Segurança do DF.
Na briga pelo poder no DF, historicamente, sempre foi na base do vale tudo: arapongagem, escutas ilegais, gravação de vídeo e áudio, além de imagens e dossiês. Não será diferente nas eleições desse ano.
Por trás da queda dos oficiais Bombeiros, exala o forte cheiro de espionagem, segundo as conversas que rolam dentro das corporações.
Horas antes das exonerações dos militares, serem publicadas pela Edição Extra do Diário Oficial do DF, da última terça-feira (24), o governador Rodrigo Rollemberg convocou uma reunião de emergência às 16 horas no Palácio do Buriti.
Estavam presentes os Comandantes da Policia Militar e do Corpo de Bombeiros. Foram convocados também o Chefa da Casa Militar, Coronel Márcio Pereira e o Tenente-coronel Marcelo Casemiro Vasconcelos Rodrigo.
Marcelo Casimiro, que desempenha função de síndico geral do Buriti, segundo fontes da própria PM, é filho do capitão PM aposentado José Casimiro Sobrinho, um dos principais coordenadores da pré-campanha de Jofran Frejat. Será que tem fogo amigo na parada?
Procurado pelo Radar, José Casimiro Sobrinho confirmou que é pai do Tenente Coronel Marcelo Casemiro, mas negou que tenha repassado o material (fotos, videos e áudios) das reuniões entre militares e o pre-candidato Jofran Frejat que culminou com as exonerações de oficiais do Corpo de Bombeiros.
“Estou apenas uma semana no comitê politico da pré-campanha de Frejat e esse fato é anterior a minha chegada lá. Não tenho nada com isso”, disse ele nesta manhã de sábado ao Radar