A posição de Jofran Frejat (PR), que ameaçou a abandonar a pré-candidatura, mesmo liderando a corrida pelo Buriti, pontuação revelada por todas as pesquisas de intenção de voto, foi motivo de preocupação até mesmo pela oposição. Menos para Arruda
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Hoje, sábado (14), a agenda do pré-candidato ao governo do Distrito Federal Jofran Frejat, estava cheia de compromissos. Uma maratona que não parava desde janeiro desse ano quando o PR-DF, finalmente, sentiu que poderia perder o seu melhor quadro para liderar um projeto de poder.
Partidos como o PPS de Cristovam Buarque, PRB de Wanderley Tavares e o PDT de Joe Valle, chegaram a oferecer publicamente abrigo político para o ex-secretário de saúde. Se o PR não quer, tem quem queira.
É notório que o partido de Jofran Frejat sempre caminhou com o freio de mão puxado como é notório que a mão que puxa o freio é a de José Roberto Arruda. O careca não para.
Enquanto muito construíam uma aliança forte e poderosa, como aquela que chegou a reunir MDB, PSDB, PR, PTB e DEM, em dezembro de 2016, o ex-governador do DF tratou de desconstruir.
Estimulou candidaturas ao Buriti para um e para outro, prometendo apoio de mentirinha. O grupo dividiu-se. Picados pela mosca azul, Izalci (PSDB) e Alírio (PTB), ignoraram o acordo que estabelecia: “quem estivesse melhor avaliado seria o candidato de todos”.
Quem deixou o grupo acreditou equivocadamente no poder de persuasão do Careca para fazer Jofran Frejat, mesmo no topo das pesquisas, mudar de ideia. Sugeriu que um mandato no Senado lhe cairia muito bem do que a penosa corrida ao Buriti.
Por ter batido o pé, chamaram Frejat de “velho, teimoso e arrogante”. Foi daí que surgiu a resposta: “Sou velho, mas não sou velhaco”, devolveu Frejat no estilo Ulisses Guimarães, dono da célebre frase.
Quem conhece Jofran Frejat, sabe que ele não costuma ser teleguiado por ninguém. Foi assim em toda a sua trajetória de vida pública.
Tornou “ o borracheiro da saúde”, todas as vezes que o setor ia mal.
Foi cinco vezes secretário da pasta sem permitir que influências externas e mal-intencionadas, seja de quem fosse, criasse tentáculos ou vínculos em um dos setores mais sensíveis da sociedade: a saúde pública.
Como pré-candidato ao Buriti, Frejat diz e repete que não permitirá o esquartejamento de um eventual governo seu.
Mas também sempre deixou os seus aliados a vontade, ao repetir, por dezenas de vezes, que não fará cabo-de-guerra para ser candidato a alguma coisa nestas eleições.
“Se tiver união, lealdade e compromisso com Brasília, coloco o meu nome. Se não for assim, ficarei em casa” diz ele em bom tom.
Foi com essa tranquilidade que anunciou o seu “repensar” na última sexta-feira (13), se dá ou não para prosseguir.
Precisava se recolher para avaliar qual o seu melhor caminho. “Não venderei minha alma ao diabo”, foi claro e direto.
Foi leal consigo mesmo e com o sofrido povo, que nos últimos quatro anos assiste Brasília agonizar por causa da política suja e irresponsável.
Frejat, com certeza, não irá contribuir para isso.
O gesto admirável e cheio de grandeza, fez seus principais adversários políticos a procurá-lo com um “Volta Frejat! ”.