Apesar de contar com três valorosas mulheres em sua chapa para tentar a reeleição, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), surpreendeu o eleitorado feminino brasiliense ao anunciar uma política de governo, caso se eleja, para um segundo mandato, que determina o uso de tornozeleira eletrônica para assassinos de mulheres no DF. Ao invés de cadeia, os matadores ficarão em casa. A medida foi anunciada durante o primeiro debate entre candidatos ao Buriti realizado pela Band, ocorrido nesta quinta-feira (16/08)
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Os tribunais estaduais de Justiça fecharam o ano de 2017 com mais de 10 mil processos de feminicídios à espera de julgamento. O ano de 2018 os números parecem querer dobrar: a marca tende ser ultrapassada e já chegam a 11 mil mortes violentas contra mulheres, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O alarmante número de feminicídios registrados no país passou ser pauta do debate político nestas eleições. No DF de janeiro até agora foram registrados 18 assassinatos.
No primeiro dia de debate realizado nesta quinta-feira, pela TV Bandeirantes, com sete candidatos ao governo do Distrito Federal, o assunto foi levantado pelo economista Júlio Miragaya (foto), candidato ao Buriti pelo PT.
Ele questionou o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) porque as mulheres não são prioridades no seu governo, e citou:
“O senhor acabou com a secretaria da mulher, o senhor extinguiu a carreta da mulher, o senhor desmantelou à rede de enfrentamento à violência contra mulheres. Porque o seu governo tem tratado tão mal as mulheres do DF? ”
Para contrapor a pergunta, o pior governador da história de Brasília, destacou que no seu governo tem muitas mulheres como a secretária de Planejamento Leany Lemos, a Leila do Volei, a Bruna da Agefis e Eliana Kátia do SLU e outras que integram a governança do governo
“Quero lhe dizer candidato, que nós fortalecemos a rede de proteção à mulher contra violência e encaminharemos um projeto de lei à Câmara Legislativa, garantindo o uso de tornozeleira eletrônica para aqueles praticantes do feminicídio”, disse ele. VEJA NO VÍDEO.
Tornozeleiras
A tornozeleira eletrônica, usada por condenados beneficiados com o regime aberto, tem se mostrado um sistema falho em vários estados. No DF não é diferente, segundo apurou o Radar.
É comum apenados usando tornozeleiras, frequentando bares e outros lugares em horários não permitidos por lei e até praticando outros delitos em decorrência de falhas no monitoramento dos aparelhos.
Segundo um especialista em segurança pública do DF, consultado pelo Radar, que pediu o anonimato, disse que existem casos de eventuais ruptura ou de ultrapassagem dos perímetros fixados pela Justiça que não são comunicados imediatamente, conforme estabelecido pela norma da Vara de Execuções Penais.
Na opinião do especialista, que acompanhou pela TV o debate entre os candidatos ao Buriti, quem mata uma mulher, seja lá por qual motivo for, tem que pagar pelo crime na cadeia.
“Tornozeleira eletrônica para um criminoso, seja ele qual for, é sinônimo de impunidade”, disse ele.
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