Durante a sua participação na CPMI, que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, o deputado Aloísio Mendes (Republicanos-MA), chegou a conclusão que o depoimento do coronel do Exército da ativa, Jean Lawand Júnior, ouvido pela comissão, isenta o ex-presidente Jair Bolsonaro de qualquer envolvimento na tentativa de golpe contra o resultado da eleição de 2022.
Segundo o parlamentar maranhense, as mensagens trocadas entre o então ajudante de ordens da presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid, e o coronel do Exército da ativa Jean Lawand Júnior, ouvido nesta terça-feira(27), não sinalizam envolvimento de Bolsonaro na “conspiração golpista” que contribuiu para o triste acontecimento do dia 8 de janeiro.
“Não há qualquer indício na troca das mensagens entre Cid e Jean Lawand de que o ex-presidente compactuasse com o desejo dos dois oficiais no sentido de que as Forças Armadas agissem contra o resultado da eleição, nem de parte do Alto-Comando do Exército Brasileiro. Então, isso fica claro”, argumentou o deputado maranhense.
Já a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, afirmou que as provas encontradas no celular do ajudante de ordem de Bolsonaro, comprovam a participação de parte dos militares em uma conspiração golpista, mas que ainda é cedo para conhecer a extensão dessa articulação contra o resultado das eleições.
“Como as provas são muito robustas, é claro que essas pessoas que estão ligadas ao ex-presidente já se antecipam para eximi-lo de qualquer responsabilidade. Agora, a CPI tem um critério de responsabilidade grande. A gente não pode nesse momento nem eximi-lo nem já partir da premissa de indiciar. Isso aí o que vai dizer são as próximas informações que chegarão de fato à comissão”, opinou a senadora.
Para avançar na investigação, Eliziane defendeu que a CPMI aprove, na próxima semana, a quebra dos sigilos telefônicos e telemáticos do tenente-coronel Mauro Cid, do coronel Jean Lawand Júnior, além do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime e de Anderson Torres, ex-secretário de segurança do Distrito Federal e ex-ministro de Justiça do governo Bolsonaro.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF. Siga o #radarDF
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