“Ele vai ficar chupando o dedo. O Pros não ficará com ele. Quem manda no Pros em Brasília, sou eu”. Foi assim que o senador Hélio José reagiu às tentativas do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) de amarrar o partido na base do governo com o objetivo de garantir a sua reeleição em 2018.
Por Toni Duarte
O senador Hélio José que já foi do PT, PSD, PMB, PMDB e PEN, desta vez embarcou com malas e cuias no Pros para conduzir o partido e disputar uma das oito vagas para deputado federal pelo DF.
“Não abro mão de ser o cara que manda”, disse ele ao Radar. A marcação de território, no seu novo partido no DF, está no fato do senador ter proporcionado, com o seu ingresso à legenda, o aumento da fatia que o Pros terá direito no bolo de R$ 1,7 bilhão, dinheiro público que será divido entre todos os partidos para financiar as campanhas eleitorais do próximo ano.
Para ter o partido livre e desimpedido, ao seu comando, Helio José afirmou ao Radar que tem um acordo fechado com Eurípedes Júnior, presidente nacional do Pros.
No acordo, segundo o senador tem ainda a tarefa de apresentar uma nominata composta por 48 candidatos, com votos suficientes para fazer crescer o partido com deputados distritais Câmara Legislativa e, principalmente, ajudar para aumentar a pequena bancada na Câmara Federal. O Pros tem apenas seis deputados e somente agora ganhou um senador com a filiação do próprio Hélio José.
“O Pros não vai para os braços de Rollemberg como deseja o Ronaldo Fonseca e a Telma Rufino e garanto que a executiva nacional do partido não está alinhada ao projeto de reeleição de Rollemberg “, disse.
Hélio José afirmou ainda que o deputado federal Ronaldo Fonseca deve sair do partido, por conta própria, para cuidar do seu próprio partido o PRC (Partido Republicano Cristão) que será liberado até fevereiro.
Quanto à deputada distrital Telma Rufino, presidente do Pros-DF, o senador deixou claro que ela não fará parte da nominata dos candidatos que disputarão pela legenda em 2018.
“A Telma não vai estar em nossa nominata e não tem a mínima chance do Pros continuar com Rollemberg”, declarou o senador. “Se ela quiser permanecer vai ter que sair da base do governo”, emendou. O Radar não conseguiu localizar a deputada Telma Rufino para comentar o fato.
Já o deputado federal Ronaldo Fonseca, que há dois meses havia anunciado que não seria mais candidato, afirmou que mantém a mesma posição, apesar da executiva nacional do Pros ter anunciado o nome dele para sair como candidato a senador dentro da chapa majoritária construída por Rollemberg
“O Pros é que está construindo a ideia de uma candidatura a senador. A minha vontade continua sendo aquela de abandonar a vida pública. Mas o Pros está insistindo nisso e eu me permito conversar”, afirmou.
Ronaldo Fonseca disse que Hélio José é um senador e como tal tem a sua importância e que tem muita amizade por ele. “Agora quem está decidindo tudo é o presidente nacional do partido”.
Fonseca afirmou que o partido está conversando com o governador e que 90 por cento da conversa já está bem encaminhada. “Acredito que é muito difícil Hélio José vir para a base do governador Rollemberg, mas nada impede que ele possa continuar no Pros e se eleger deputado federal pelo partido. Não há nenhum impedimento nisso”, disse o deputado.
Procurado por Radar, o presidente da Fundação da Ordem Social, Felipe Espírito Santo, braço direito do presidente nacional do Pros, Eurípides Júnior, disse:
“O Pros no DF está direcionado a caminhar com o governador, precisando apenas ajustar alguns detalhes. O partido está estimulando a candidatura do deputado Ronaldo Fonseca ao Senado na chapa”, afirmou.
Felipe afirmou ainda que acredita no senador Hélio José e que poderá ser o nome forte do partido para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. “Acreditamos também na reeleição da deputada distrital Telma Rufino”, comentou.
Neste jogo ninguém sabe quem está traindo quem.