Uma jovem de 20 anos denunciou ao Ministério Público um crime de estupro cometido por um líder religioso da igreja que frequentava. Após formalizar boletim de ocorrência no Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), a vítima vem recebendo ameças
O acusado, que era líder de um grupo de jovens da 1° Igreja Batista de Rio Doce, foi preso no dia 17 de julho deste ano, mas foi solto na ultima quarta-feira (02) por meio de liminar concedida por um desembargador do Tribunal de Justiça.
O caso ocorreu em Olinda, Região Metropolitana do Recife. Atualmente o processo penal tramita em segredo de justiça. Representantes de instituições que atuam em defesa dos Direitos Humanos estiveram presentes no Ministério Público de Olinda para acompanhar o caso.
De acordo com o relato da vítima, o religioso praticou violência sexual após tomar conhecimento que ela tinha um relacionamento homoafetivo.
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Durante o crime, ele chegou a falar que “queria ver se ela gostava de menino ou de menina”, segundo a jovem. O estupro aconteceu no dia 28 de dezembro de 2015, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, quando a vítima tinha 18 anos. Somente em março do ano passado a jovem contou aos pais, que recorreram a DPCA.
Nos primeiros meses deste ano, quando o acusado soube que foi denunciado pelo Ministério Público, ele começou a direcionar ameaças e a hostilizar a vítima.
“Ela está com dificuldade de frequentar a própria escola criando situações de constrangimento em prejuízo da vítima. Houve uma situação que ele chegou a colocar o carro por cima dela, que conseguiu se desvincilhar e a vida dela ficou insustentável na comunidade. Ela, na condição de vítima, não poderia passar por esse tipo de situações e foi pedida a prisão”, explicou a promotora Henriqueta de Belli.
“É importante que a sociedade esteja alerta para esse tipo de situação porque é um crime que a as vítimas têm vergonha de denunciar. O fato de ele ter sido solto provoca mais medo nas vítimas em denunciar casos deste tipo. Quanto sociedade civil e representantes de ONGs podemos ajudar estando à disposição para dar respaldo com serviços de acompanhamento psicológico e acompanhamento jurídico”, comentou o advogado do Instituto Boa Vista, João Henrique de Lima.