A juíza Placidina Pires, do Tribunal de Justiça de Goiás, afirmou, em decisão que as investigações indicam que o Padre Robson de Oliveira usava laranjas e empresas de fachada para esconder supostos desvios de doações dos fiéis para a construção da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).
Oliveira presidia a Afipe (Associação Filhos do Pai Eterno) e outras entidades ligadas à associação e é investigado no caso. Ele pediu o afastamento dos cargos e diz que confia na Justiça.
O Ministério Público de Goiás apura suspeitas de desvio de doações dos fiéis e a compra e venda de imóveis como casas, apartamentos e fazendas em diferentes estados.
A apuração tem como alvo a Afipe e a Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro, presididas pelo padre Robson, segundo o MP.
Segundo a juíza, o uso de laranjas e empresas de fachada seria uma estratégia usada pelos investigados para dificultar o rastreamento do dinheiro desviado.
“De fato, os elementos informativos coletados indicam que as doações feitas por fiéis de todo o país para o custeio das atividades das AFIPES e para o pagamento das obras e projetos de cunho social da mencionada associação, em tese, estão sendo utilizadas para finalidades espúrias, mormente para o pagamento de despesas pessoais dos investigados e para aquisição de imóveis, incluindo várias fazendas e casa de praia, os quais, a princípio, não se destinam ao atendimento dos seus propósitos religiosos”, declarou a magistrada.
Em vídeo postado em suas redes sociais, o padre Robson de Oliveira afirmou que todo o dinheiro arrecadado com doações foi utilizado em atividades religiosas e diz estar “sereno e confiante” de que tudo será esclarecido.
“Tudo está desde a primeira doação, e assim continua, na Afipe, e é utilizado para que nós levemos a nossa obra de evangelização aos fiéis ao mundo. Meu coração está sereno e confiante de que tudo será esclarecido o mais breve possível”, disse.