Sim Senhor, Sim Senhora! Acabou a baderna pelo menos em quatro escolas públicas do DF. Até o final do ano serão 40 escolas com disciplina militar. É o que garante o governador Ibaneis Rocha, cujo projeto de lei está sendo enviado a Câmara Legislativa. Presidentes de associações de moradores de São Sebastião e Paranoá reivindicam o modelo para ser implantado nas escolas de suas respectivas cidades
Por Toni Duarte//RADAR-DF
O ano de 2018 foi trágico para a imagem da maioria das 678 escolas públicas do Distrito Federal onde estudam cerca de 400 mil estudantes e trabalham 28 mil professores.
A violência que ficava do lado de fora dos muros invadiu o espaço da educação e profissionais da área já não sabem como lidar com o problema.
O chamado “batalhão escolar” tem sido insuficiente para garantir as escolas. O resultado: evasão escolar e altos índices de maus resultados.
O que deveria ser um espaço do saber passou a ser um ambiente onde crianças entram armadas com facas e canivetes nas salas de aula.
Colegas brigam e quebram as instalações do colégio. Professores e funcionários são agredidos e traficantes dominam dentro e fora do ambiente escolar.
Isso agora vai acabar. Ao menos em quatro escolas do DF que passam a funcionar com o mesmo modelo adotado nas escolas militares.
As quatro unidades de ensino são: o Centro de Ensino da Estrutural, o CED 3 em Sobradinho; CED 7, em Ceilândia e CED 308 no Recanto das Emas.
As escolas passaram a ser denominadas de Colégio da Polícia Militar do Distrito Federal (CPMDF).
No novo modelo, policiais militares e bombeiros militares são responsáveis pelas atividades burocráticas e de segurança.
Eles fazem também o controle de entrada e saída, além de dar aulas de musicalização, ética e cidadania. Alunos entram em formação para cantar o Hino Nacional. Já os orientadores, coordenadores e professores permanecerão encarregados do conteúdo pedagógico.
“Até o final do ano serão 40 escolas com disciplina militar”, garante o governador Ibaneis Rocha que resolveu adotar o modelo que se tornou a principal bandeira de campanha do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL).
Geralmente, escolas militares são bem vistas pela população, sobretudo por seus índices na qualidade do ensino, que é, aliás, uma das justificativas do governo Ibaneis para implementá-las no DF.
Segundo ele, o modelo apresenta bons resultados, devido a seu rigoroso padrão de qualidade e disciplina, se destacando no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Veja esses dados:
A iniciativa de Ibaneis Rocha entusiasmou as populações das cidades do DF que movimentam por meio de abaixo-assinados pedindo que o modelo também chegue as escolas públicas de suas comunidades.
O presidente da Associação dos Moradores do Morro da Cruz, Rogerio Filho, pai de três filhos que estudam em duas das 26 escolas públicas de São Sebastião, disse ao Radar que a população espera ansiosamente que as escolas da cidade sejam transformadas pelo modelo do Colégio Militar.
No Paranoá, o líder comunitário Josias Santos, pai também de dois filhos, que estudam em uma escola pública da cidade, disse que só há uma forma de assegurar uma educação de qualidade além de segurança, se o modelo da disciplina militar for introduzido em todas as escolas do DF.
“O que se tem visto no DF, é aluno agredindo professores, brigando no meio da rua e até usando drogas nas salas de aula. Só a rigorosa disciplina militar pode acabar com isso”, afirmou.
Ele contou que a maioria das lideranças comunitárias da cidade está realizando abaixo-assinado para ser enviado ao governador Ibaneis e ao secretário de Educação Rafael Parente no sentido de que o modelo do Colégio Militar chegue também ao Paranoá.
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