|Por Toni Duarte//RADAR-DF
Com uma dívida estimada em R$1 bilhão e sem a eficiência para cobrar R$ 634 milhões, dos 558 mil brasilienses inadimplentes, entre pessoas físicas e empresas, a CEB Distribuidora corre a passos largos para os braços da privatização. O secretário de Desenvolvimento Econômico Ruy Coutinho sustenta que não há razão para Brasília se manter como um Estado empresário
A CEB (Companhia Energética de Brasília), com suas 27 diretorias, escolhidas por critérios políticos e com a maioria das pessoas sem qualificação técnica para o cargo, será a primeira de algumas empresas de economia mista do GDF que será privatizada.
O acordo assinado pelo governador Ibaneis Rocha com o Banco de Desenvolvimento Econômico (BNDS) na terça-feira passada, no Buriti, foi o ponto de partida para que o Estado se livre de um fardo pesado, que vive em situação pré-falimentar e que, mesmo moribunda, paga salários estratosféricos a boa parte de seus funcionários.
A ideia inicial é fazer a privatização da distribuidora em que o setor privado passe a ser o maior controlador com 51% e o Estado com 49%.
No entanto, o secretário de Desenvolvimento Econômico Ruy Coutinho, disse durante uma entrevista a uma emissora de rádio do DF, na última quarta-feira, que essa discussão pode evoluir para a privatização total da empresa sem qualquer participação do Governo.
“Não há razão mais para Brasília se manter como Estado empresário”, disse o secretário.
Ele disse que privatizar a CEB e transformar a elétrica em uma corporação com controle pulverizado pode ser o melhor modelo para o negócio como é o caso da Embraer.
Ruy Coutinho assegurou que o BNDS (Banco Nacional do Desenvolvimento Social), deve apresentar um elenco de sugestões que serão discutidas entre o banco, as empresas e o próprio governo.
“Vejo a possibilidade de vários cenários com relação a privatização da distribuidora que será transferida para o setor privado”, pontuou.
E como fica a questão dos funcionários? Para a pergunta o secretário foi enfático:
“O grupo ou os grupos que adquirirem o controle da empresa irão tratar a questão trabalhista com todo cuidado e, evidentemente, não haverá uma política de terra arrasada. Quanto aos casos residuais dos altos salários, isso, após a privatização, vai cair na real e chegará aos níveis praticados pelo mercado por empresas do setor elétrico”.
Por fim ele disse acreditar que a direção da CEB deve propor aos seus funcionários um PDV (Plano de Demissão Voluntária) como forma de evitar grandes traumatismos em cima dos atuais empregados da companhia.