As operações de derrubadas de casas empreendidas pelo governo Rollemberg que já deixaram ao desabrigo mais de 20 mil pessoas caminha a passos largos para um confronto sem precedentes que pode reeditar o violento massacre da estrutural, ordenado pelo então governador Cristovam Buarque, onde três moradores e um policial foram mortos, fato a 21 anos passados.
reação inesperada de um morador do Morro da Cruz contra um policial militar no momento que invadia a sua casa para em seguida ser derrubada pela Agefis durante a manhã de ontem, releva o tamanho do clima de acirramento entre moradores, vítimas das implacáveis derrubadas de casas em comunidades pobres do DF, e servidores do GDF onde alguns chegam comemorar em cima da desgraça deixada para traz. Da luta corporal, o policial saiu de braço quebrado e o cidadão preso e algemado para a delegacia do Paranoá.
“Estamos dian
te de uma situação extremamente grave e preocupante pela falta de sensibilidade das autoridades, a começar pelo Ministério Público que faz recomendações apenas lendo a letra fria da lei esquecendo que por traz disso existe o povo, pessoas de bem, gente trabalhadora que com muito sacrifício construiu a sua casa para abrigar a sua família”, disse o deputado Wellington Luiz (PMDB).
Para o distrital, o cidadão, por falta de alternativa, termina sendo obrigado a se submeter a essa situação de irregularidades e não de ilegalidade como o governo faz questão de dizer por aí para justificar as derrubadas de casas.
“Temos um Poder Judiciário que lamentavelmente se encontra de joelhos diante da imposição do MP e dos ditames do governo comandado por um governador que acha que o Estado é ele. Um governador extremamente insensível no ponto de vista humanitário porque não consegue enxergar as necessidades da população, ao preferir derrubar suas casas, atropelar os direitos sociais das pessoas como a moradia”, apontou o distrital.
Wellington afirmou que em menos de dois anos, o governador Rodrigo Rollemberg teve a capacidade de alimentar o ódio e disseminar a violência contra o povo como fez todos os governos de esquerdas. Ele apontou que as instituições que deveriam existir para proteger a sociedade e não para ser contra ela.
“Além disso, ainda temos os órgãos de fiscalização como Agefis, Seops onde existem determinados servidores que lamentavelmente agem com sadismo. Ou seja, sorriem da desgraça dos outros como se cada derrubada, que deixa centenas de famílias ao desabrigo, fosse uma vitória”, afirmou.
Segundo Wellington Luiz, é natural que possa haver reação por parte dessa população que se sente desprotegida, abandonada e vítima de um Estado opressor. Ele apontou o caso acontecido durante as derrubadas de 10 casas no Morro da Cruz onde um pai de família reagiu contra um policial para proteger a sua casa.
“A reação de um ser humano acuado é imprevisível. Neste caso, embora sendo por meio de uma luta corporal, foi legitima a reação do cidadão que saiu em defesa da sua família, do seu patrimônio e dos seus sonhos. Mas poderia ser bem mais grave se o mesmo fizesse o uso de uma arma”.
Na visão do deputado, ninguém quer morar em uma área irregular, sem saneamento básico e sem segurança, mas que as famílias escolhem essa opção porque o governo não lhes dar alternativas de moradia.
“O Estado hoje, lamentavelmente, parece que não reconhecer o povo como seu mais legítimo patrimônio. Infelizmente estamos todos preste a assistir uma tragédia e não tenho dúvida de que será no mesmo formato que ocorreu há 21 anos na Estrutural. Lá, foram mortos três moradores e um policial militar. Existem centenas de famílias que já não aguentam mais com tantas derrubadas de casas. As pessoas estão sendo humilhadas, arrancadas de suas casas na marra por servidores do Estado e tem os seus pertences jogados no meio da rua. Neste período de chuvas, essas pessoas não têm para onde ir. O que esse governador irresponsável acha o que pode acontecer? Vai haver reação. Pode haver mortes”, prevê Wellington Luiz.
Ele disse que Rollemberg prefere ficar de camarote assistindo a tragédia social de famílias pobres do que ter a coragem de enfrentar os meninos do MP ou ir ao judiciário defender uma saída sem que a população pague por tamanha humilhação.
“Vai chegar a um momento em que essa massa desprotegida vai reagir por não ter mais a quem se apegar. As instituições faliram moralmente e se negam ao diálogo com a população. O judiciário está apático e o Poder Legislativo, levado pela maioria, está acovardado. É claro que a Câmara Legislativa tem sido uma porta-voz e acolhedora das diversas situações que afligem a população, mas temos que ser mais do que isso. Nenhum deputado ou deputada pode ficar na base da submissão a um governo hipócrita, arrogante, arbitrário e insensível. Ou nós, deputados, façamos isso, ou nas próximas eleições as urnas vão reconhecer que trabalhou a favor do povo e quem trabalhou contra o povo. A omissão é um dos piores equívocos políticos que existe”, afirmou Wellington.
PARA REFRESCAR A MEMÓRIA: VEJA VÍDEO DA TRAGÉDIA DA ESTRUTURAL
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