Se depender das emendas apresentadas pelos 24 deputados distritais ao Orçamento de 2015 do Governo do Distrito Federal, a Região Administrativa do Jardim Botânico – RA XXVII, onde moram mais de 25 mil pessoas, vai continuar com o pires na mão no próximo ano se precisar realizar alguma obra na cidade.
No relatório aprovado no último dia 13, na Câmara Legislativa, apenas o deputado Robério Negreiros (PMDB), havia destinado 150 mil reais para serem aplicados no Jardim Botânico.
Se depender das emendas apresentadas pelos 24 deputados distritais ao Orçamento de 2015 do Governo do Distrito Federal, a Região Administrativa do Jardim Botânico – RA XXVII, onde moram mais de 25 mil pessoas, vai continuar com o pires na mão no próximo ano se precisar realizar alguma obra na cidade.
No relatório aprovado no último dia 13, na Câmara Legislativa, apenas o deputado Robério Negreiros (PMDB), havia destinado 150 mil reais para serem aplicados no Jardim Botânico.
Nos últimos dois Orçamentos anuais, o Jardim Botânico ficou de fora das emendas dos parlamentares. O conjunto de emendas, no valor de 16 milhões para cada deputado distrital, se destina basicamente a obras de urbanização, pequenas reformas, intervenções urbanas, melhorias sociais, cultura, lazer e desporto.
Apesar de ficar sempre de fora das emendas do Orçamento, no entanto o Jardim Botânico, em cada campanha eleitoral, é invadido por um batalhão de candidatos que promete ajudar na melhoria da qualidade de vida na cidade. Desde a sua criação, em agosto de 2004, a RA XXVII do Jardim Botânico esteve sempre sob controle de algum deputado distrital.
De 2011 até o ano passado, a RA foi administrada por César Lacerda, apadrinhado do ex-deputado Benicio Tavares (PMB), cassado pelo TER-DF por abuso de poder econômico e captação ilícita de votos nas eleições de 2010.
Em maio desse ano, quem assumiu o controle da RA XXVII do Jardim Botânico foi o deputado distrital Wellington Luiz (PMDB), através do atual administrador Ronaldo Cavalcanti. O que mais chama a atenção dos habitantes da cidade é que nas emendas apresentadas pelo distrital não foi destinado nenhum tostão furado ao Jardim Botânico.
As cidades que mais contempladas por Wellington Luiz com as suas emendas foram Recanto das Emas, Santa Maria, Gama, Samambaia, Ceilândia, Riacho Fundo, Plano Piloto e Vila Planalto. Em três delas o deputado botou dinheiro para construção de campos sintéticos no valor de 650 mil reais cada um.
Dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), o Jardim Botânico revelou um dos melhores indicadores econômicos pesquisados entre as regiões administrativas do Distrito Federal. De acordo com os dados divulgados este ano, a população está estimada em 25.918 habitantes, a renda domiciliar média mensal chega a 19,42 salários mínimos e 42,70% dos domicílios têm renda superior a 20 salários mínimos.
O Jardim Botânico aparece com a renda mais elevada e acima da média das outras cidades. Apesar de ter sido uma das mais recentes RAs, o seu maior problema é a regularização fundiária. O desafio do governo é corrigir as assimetrias entre as áreas ditas nobres do DF.
Com a população diferenciada em bons indicadores econômicos, é no Jardim Botânico que o governo mais recolhe impostos. No entanto, quase nada retorna para melhorar a cidade que ainda vive sem poligonal definida, se defronta com problemas crônicos no trânsito, não possui Corpo de Bombeiros, Batalhão da Policia Militar, hospital público ou escolas.
Até a pequena feira do Produtor, onde a comunidade se serve, está ameaçada de despejo pela TERRACAP. Com tantos impostos pagos sem retorno e a sua Administração regional transformada em feudo, a população do Jardim Botânico vai seguindo com o pires mão.