O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já pensa em renunciar ao comando da Casa, mas somente após o resultado da votação do processo de impeachment pelo plenário do Senado, marcada para ocorrer na primeira quinzena de maio, se a metade e mais um dos votos dos 81 senadores presentes optar pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff.
acordo que foi feito entre Cunha e a cúpula do PMDB, quando o processo de impeachment ainda se encontrava no âmbito da Câmara, ganhou força esta semana já que na próxima segunda-feira (25), a partir das 16h, ocorrerá a eleição da comissão especial do impeachment do Senado e no dia seguinte, haverá a instalação oficial do colegiado, com a eleição do presidente, do vice e do relator.
Grande parte do PMDB e dos partidos que se somam para apear Dilma Rousseff da Presidência da República defende a renúncia de Cunha para que o novo governo comandado por Michel Temer possa articular nova maioria na Câmara e no Senado. Porém, todos concordam com o próprio Cunha ao deixar claro que só faria isso somente após a votação do Senado e se o resultado for favorável ao impeachment. Ate lá, Cunha será peça fundamental na visão dos partidos a favor do impeachment e do próprio PMDB para fazer pressão ao Senado.
Esta semana, Eduardo Cunha ameaçou paralisar as votações no Congresso enquanto a Comissão do Senado não votar o impeachment da presidente Dilma. A medida pode bloquear os gastos do governo. A proposta de nova meta fiscal do governo, que prevê um déficit bilionário para 2016 está na mira de Cunha. “O Senado deveria se posicionar rapidamente, porque senão a Câmara de Deputados dificilmente vai participar de uma sessão de Congresso Nacional para votar esse projeto”, disse ele.
“MEU MALVADO FAVORITO”
A expressão, bombou na internet depois que o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que foi preso e cumpriu pena por receber propina para bancar o partido na base do Governo Lula, ter comparado Eduardo Cunha ao personagem do filme “Meu Malvado Favorito”,
Mesmo com a corda no pescoço, e movido pelo sentimento de revanche, Cunha atendeu aos pedidos da oposição e ouviu o clamor de quase 80% da população que exigiu a instalação do processo de impeachment, cuja sessão conduzida por ele na Câmara, aprovou, com folga, a admissibilidade do processo de impeachment.
Mesmo diante de processos e investigações, inclusive internacionais, com a descoberta de contas no exterior, turbinadas, provavelmente por propina, Eduardo Cunha continua sendo o grande fiel da balança e o “malvado favorito” de grande parte dos brasileiros para apear Dilma da Presidência da República.
Da Redação Radar