O mês de setembro é marcado pela comemoração do Dia Nacional da Doação de Órgãos. Além de conscientizar sobre a importância dessa ação, a ideia busca incentivar que pessoas interessadas na doação voluntária conversem com as respectivas famílias sobre o tema.
Conforme a legislação vigente, os familiares são os únicos responsáveis pela decisão de doar ou não os órgãos do ente falecido.
Dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) mostram que, em 2023, o Brasil atingiu o número recorde nesse setor, em comparação com os últimos 10 anos.
De janeiro a junho, familiares de mais de 1,9 mil doadores efetivos autorizaram o processo de doação de órgãos, permitindo a realização de 4,3 mil cirurgias – um aumento de 16% em relação ao ano passado.
Atualmente, cerca de 66,2 mil pessoas aguardam na lista de espera por um órgão no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, trata-se de uma das maiores listas dos últimos 25 anos. No Distrito Federal, são 1.260 pessoas aguardando por uma doação voluntária.
A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) estima que praticamente metade das famílias entrevistadas pelas equipes de saúde rejeitaram doar os órgãos após a morte dos potenciais doadores.
“Isso configura um grave obstáculo ao nosso trabalho, especialmente entre aqueles procedimentos que não podem ser realizados com um doador vivo. Por este motivo, a gente pede que aquelas pessoas interessadas em doar possam manifestar essa vontade de maneira objetiva, racional e bastante consciente aos seus familiares”, explica Gabriella Ribeiro Christmann, diretora da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF).
A doação de órgãos não é recomendada entre pacientes diagnosticados com doenças infecciosas graves e tumores malignos. Isso ocorre para evitar que os receptores possam desenvolver as enfermidades e condições clínicas dos respectivos doadores.