No final da tarde deste domingo (10), Evo Morales renunciou ao cargo de presidente da Bolívia. O pronunciamento foi feito ao vivo em rede nacional de TV e rádio. Mais cedo, a Organização dos Estados Americanos (OEA) revelou fraudes no processo de eleição presidencial.
Nas últimas horas, ao menos três ministros do governo entregaram seus cargos. No final da tarde, o comandante-chefe das Forças Armadas e a polícia do país recomendaram a renúncia do mandatário.
“Renuncio a meu cargo de presidente para que (Carlos) Mesa e (Luis Fernando) Camacho não continuem perseguindo dirigentes sociais”, disse Morales em discurso televisionado, referindo-se a líderes opositores que convocaram protestos ele, desde o dia seguinte às eleições de 20 de outubro.
Fim de um governo de 13 anos
Evo Morales, 60, venceu as primeiras eleições em 2005 e assumiu em 2006. Ele foi eleito pela segunda vez em 2009, pela terceira em 2014 e, então, decidiu disputar um quarto mandato seguido em 2019.
A crise na Bolívia tomou maiores proporções após as eleições de 20 de outubro deste ano, quando Evo foi reeleito em primeiro turno.
O resultado foi contestado pela oposição e, no dia 30 de outubro, a Bolívia e a OEA concordaram em realizar uma auditoria.
Desde que Evo ganhou, a oposição tem ido às ruas em protestos. A polícia parou de reprimir as manifestações, e houve motins em quartéis do país.