A falta de argumentos, ataques chulos e gagueiras foram a marca de alguns personagens do “embate” que acreditam que governar o DF, é a mesma coisa que passar o dia inteiro nas redes sociais, escrevendo frases de efeitos e inventando a roda.
O eleitor entre mentiras e verdades
O eleitor vai ter muito trabalho para separar mentiras e verdades nessa eleição.
Um dos campeões das notícias sem fundamentos, engendradas nas redes sociais, até agora, é o candidato da federação que junta PV-PT e PCdoB, deputado distrital Leandro Grass.
No debate da TV Band, ele acusou o governador Ibaneis Rocha(MDB), de ter mandado dinheiro para municípios do Piauí.
Pacientemente, o governador explicou que não mandou dinheiro algum, até porque não é parlamentar e não tem essa atribuição ou poder, o que é uma exclusividade de deputados federais e senadores.
Dinheiro veio da Codevasf
O dinheiro que chegou a prefeituras do Piauí e de Tocantins, na verdade, é parte de um investimento da Codevasf.
O Distrito Federal tem uma pequena parte de seu território na área de influência da companhia e teve direito a pouco mais de R$53 milhões de uma emenda do senador tocantinense Eduardo Gomes (MDB), que mora há 30 anos no DF.
Ele soube dessa necessidade, já que nenhum dos senadores eleitos pelo Distrito Federal, buscou esses recursos para investir na área rural.
Todos os projetos do GDF para essa região foram contemplados, inclusive a pavimentação asfáltica de todas as estradas vicinais que levam às escolas rurais.
Ibaneis não pode tudo
Houve sobra de recursos, esta, sim, destinada a municípios do Piauí e Tocantins que tinham projetos prontos para executar. Mas quem enviou os recursos foi o senador Eduardo Gomes e não o governador Ibaneis, que pode muito, mas não pode tudo.
O governador apenas encaminhou os prefeitos interessados nos recursos para as autoridades federais.
Tudo isso foi explicado, mas Leandro Grass não se conformou e repetiu as acusações em postagens nas redes sociais.
Vai que cola a mentira
O distrital publicou o vídeo da acusação, afirmando que o governador deveria ter mandado o dinheiro para o Entorno, sem dizer para o eleitor que as cidades vizinhas ao DF, não ficam na região coberta pela Codevasf e muito menos que o governador não tem poderes para lidar com orçamento federal.
Escândalo em baixo do pano
A candidata Leila Barros (PDT), não se constrangeu em citar o BRB, que nos últimos quatro anos se transformou em um dos bancos públicos mais rentáveis do país.
Ela disse que criaria uma agência de desenvolvimento no banco, para incentivar a economia, como se a instituição já não fizesse esse papel, sem precisar de imposições políticas.
Leila Barros se esqueceu que foram as influências políticas, impostas pelo governo Rollemberg, gestão da qual ela fez parte, que envolveu o BRB no maior escândalo financeiro de sua história.
Investigações culminaram com a prisão do presidente e de grande parte da diretoria. Será que Leila, caso se eleja, queira chamar de volta a mesma diretoria do passado?
Saiu porquê?, por que saiu?
O candidato Rafael Parente(PSDB) também não disse a verdade quando tentou justificar sua saída governo Ibaneis Rocha, onde foi secretário de Educação.
Ele disse no debate, que saiu por não concordar com a implantação das escolas cívico-militares – que, aliás, são aprovadas por 90% da sociedade.
A justificativa é falsa. Tanto que ele próprio inaugurou algumas dessas escolas.
Parente aposta na falta de memória das pessoas, mas a verdade é que foi demitido por não conseguir entregar o que havia prometido.
Sem resposta
Ibaneis mandou muito bem quando disse que durante a pandemia, quando a população estava recolhida, inclusive todos os candidatos, ele trabalhou todos os dias, indo ao gabinete dele onde estavam instalados diversos monitores que controlava os números e ações contra a covid-19. Ficaram todos sem resposta.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF