A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou a Operação Korban com o objetivo de apurar suspeitas de desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares destinadas à Associação Moriá, uma organização da sociedade civil (OSC) sediada no Distrito Federal.
Grande parte dos recursos foram destinados por parlamentares do DF.
O deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) destinou R$ 27,6 milhões, sendo o maior contribuinte individual para o projeto gamer.
Linhares também destinou R$ 5 milhões para um projeto de combate à dengue.
Após denúncias, ele solicitou a suspensão do pagamento de uma emenda de R$ 37,9 milhões ao Ministério do Esporte.
Na lista das emendas consta ainda:
- Senador Izalci Lucas (PL-DF): R$ 15,5 milhões para o projeto gamer, defendendo a iniciativa como uma parceria com o Instituto Federal de Brasília (IFB)
- Deputada Federal Bia Kicis (PL-DF): R$ 1,5 milhão, por meio de emenda de bancada indicada por Linhares. Kicis anunciou o cancelamento de sua emenda após as denúncias.
- Deputado Federal Julio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF): R$ 800 mil, também cancelada após as suspeitas.
- Deputada Distrital Paula Belmonte (Cidadania-DF): R$ 500 mil, destinada a um projeto apresentado por um educador reconhecido no DF.
- Deputado Federal Gilvan Máximo (Republicanos-DF): R$ 2 milhões para combate à dengue. O deputado esclareceu ao Radar DF que mandou suspender a emenda tão logo soube que a Moriá estava sob suspeita e catalogada como associação inidônea pelo STF.
- Deputado Federal Reginaldo Veras (PV-DF): R$ 400 mil, sendo R$ 250 mil para shows em feiras e R$ 150 mil para um cursinho preparatório para o Enem
A ação, que cumpre 16 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos estados do Acre, Paraná, Goiás e no Distrito Federal, expõe possíveis irregularidades em um esquema que envolveu a liberação de R$ 53,3 milhões entre 2023 e 2024.
As investigações apontam que a entidade pode ter apresentado informações falsas para acessar esses recursos, levantando suspeitas sobre a legitimidade e a execução do projeto.
As buscas realizadas pela PF e CGU visam coletar documentos, arquivos eletrônicos e outros materiais que possam esclarecer a destinação dos R$ 53,3 milhões e confirmar as suspeitas de fraude.
O envolvimento do STF na expedição dos mandados sugere que a investigação pode alcançar figuras de alto escalão, incluindo parlamentares responsáveis pela indicação das emendas.